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Arquitetura

Décor sem erro: apartamentos pequenos

Onde: Curitiba • 04 de Dezembro - 2020 | Fotos Guilherme Pucci

Arquiteta cita dez erros comuns na hora de decorar pequenos espaços e dá dicas para evita-los 

Cada vez mais morar em apartamentos com metragens reduzidas é uma realidade, principalmente nos grandes centros urbanos. Por serem compactos, esses projetos precisam de uma atenção redobrada com o objetivo de maximizar os espaços, criando sensação de amplitude. Afinal, sempre existe uma solução, sobretudo nos imóveis com área de 30 a 50m².

O desafio do profissional de arquitetura é conceber, em uma planta menor, uma estrutura semelhante àquela existente em um apartamento mais amplo. Em paralelo, ele também precisa conhecer bem a rotina do morador, seu estilo de vida e as demandas que o imóvel precisa atender. Quem realiza a afirmação é a arquiteta Júlia Guadix, à frente do escritório Liv’n Arquitetura. "Essa relação nos dá base para executar o projeto, tornando-o sob medida e com tudo que ele precisa".

 

Confira a seguir os 10 erros mais comuns cometidos ao projetar ambientes de imóveis pequenos:

 

 1) Não ter um bom projeto: 

 

Para realizar o sonho de ter um apartamento pequeno muito bem produzido é essencial contar com um arquiteto qualificado para realizar o projeto. Em um imóvel pequeno, o olhar apurado do profissional garante que cada centímetro seja aproveitado, enquanto o estudo dos ambientes “disfarça” a falta de espaço, deixando os ambientes funcionais e convidativos. "Desconsiderar a contratação de um profissional especializado para fazer um bom planejamento pode implicar em um valor mais caro lá na frente, em função de dores de cabeça que podem surgir no dia a dia e reformas que precisarão ser realizadas", explica a arquiteta.

 

 2) Economizar na marcenaria planejada: 


Em imóveis de pequeno porte a marcenaria planejada oferece soluções milagrosas. Nesse sentido, planejar cada centímetro maximizará o uso dos ambientes, oferecendo a sensação de amplitude. "É possível fazer um armário do quarto ou da cozinha até o teto, criando pequenos nichos. Se atrás da porta tiver espaço, podemos projetar uma sapateira", sugere Júlia Guadix.

 

Acima: nessa cozinha o forno e o micro-ondas foram embutidos na marcenaria, deixando mais espaço na cozinha-corredor | projeto: Liv’n Arquitetura

Os móveis multiuso também são ótimas saídas para os cômodos menores. As opções são variadas e tudo dependerá da necessidade de cada morador. Uma mesa pode ser considerada para servir para as refeições diárias, prover apoio na cozinha e, até mesmo para trabalhar. Sofás-cama e camas que descem da estrutura vertical de marcenaria são soluções eficazes para o dormir. Banquinhos e pufes extras dispostos ao redor da mesa criam mais lugares para recepcionar convidados em casa.

 3) Paredes demais: 

Quanto mais paredes, menos amplitude. Assim, a integração dos ambientes é uma excelente solução, desde que funcione no dia a dia dos moradores. A sala de jantar e a cozinha, por exemplo, podem estar conectadas, facilitando, inclusive, as refeições. Além de derrubar as paredes, usar o mesmo piso em todos os ambientes é um recurso que ajuda nessa conexão o oferece a sensação de fluidez.

 

Acima: a integração entre a sala de jantar e a cozinha permite uma melhor circulação. Projeto: Liv’n Arquitetura

 

 4) Não priorizar a circulação: 
 

A circulação em um apartamento compacto não pode ser negligenciada em nenhuma hipótese. Para evitar espaços com aspecto amontoado, fuja de móveis e objetos desproporcionais em relação ao tamanho do ambiente. "Mais uma vez, ressalto a importância de um projeto. Só assim você escapará de montar um espaço com elementos grandes demais", enfatiza a profissional.

 

No quarto da pequena cliente, móveis e objetos cuidadosamente escolhidos pela arquiteta ampliaram o cômodo de 9,5 m² | projeto: Liv’n Arquitetura

 

 5) Móveis muito altos: 

Uma linha de visão mais livre auxilia muito na percepção de amplitude. A arquiteta recomenda deixar livre o espaço entre o móvel e o teto, com espaço entre 50 e 60 cm para aqueles com até 2 m de altura. Além disso, o mobiliário não deve ser posicionado na frente das janelas - uma ação que impede a entrada de luz natural e que abafa o apto por conta da ausência de circulação de ar.

 

Acima: o sofá se encaixou perfeitamente abaixo da janela, possibilitando a livre circulação da luz natural e da ventilação | Projeto: Liv'n Arquitetura

 

 6) Acumular objetos:

Ter em casa apenas o essencial deixará o apartamento mais organizado e convidativo. Ambientes desorganizados e lotados de itens não transmitem bem-estar e comodidade, sobretudo em imóveis com medidas reduzidas. "Sempre aconselho que as pessoas guardem apenas o essencial. No lugar dos objetos, os espaços preciosos poderão ser ocupados por alguma utilidade ou simplesmente oferecer um 'respiro' do local", conta a arquiteta.

 

 7) Exagerar nos tons escuros: 



Aplicar cores escuras não é considerado um erro. É recomendada, porém, o uso moderado destes tons, visto que o uso de uma paleta majoritariamente carregada dá a impressão de diminuição visual.  “Mesclar o preto ou tons mais vibrantes com um conjunto de tons mais neutros traz um contraste interessante e leve", sugere a arquiteta.

 

 8) Revestimentos sem textura: 

Abaixo: no living, a parede com revestimento de tijolinhos ofereceu amplitude ao brincar com as texturas | projeto: Liv’n Arquitetura

 


Ainda falando sobre as paredes, o revestimento é outro elemento que colabora com a impressão de amplitude dos cômodos. Tijolinho, cimento queimado, concreto aparente e modelos que tenham uma variação de tonalidade e textura produzem maior profundidade visual se comparados ao efeito “chapado”.

 

 9) Cortinas e tapetes em tamanhos errados: 

Assim como a tonalidade e o revestimento das superfícies, os elementos decorativos também merecem atenção. Sobre as cortinas, independentemente do local, o ideal é que sejam instaladas do teto até o chão (não apenas cobrindo as janelas). Além de oferecer mais conforto térmico e visual, a cortina ajuda a alongar o ambiente. Escolher o tapete do tamanho certo tem o mesmo efeito. "Um tapete muito pequeno diminui o ambiente. Por isso, é sempre adequado eleger os modelos maiores que entram embaixo do sofá, das cadeiras ou praticamente encostados na parede", afirma a arquiteta.

 

 

 10) Iluminação só no centro do ambiente: 

 

Para que o local fique amplo e agradável, não se pode negligenciar o posicionamento da iluminação. Colocar um lustre apenas no centro do ambiente provocará o efeito de penumbra nas paredes, resultando em uma sensação de confinamento. "A dica é distribuir essa iluminação pelas superfícies por meio da instalação de arandelas, abajures ou spots direcionáveis", finaliza.

 

Nesse banheiro, a iluminação bem distribuída melhorou a impressão de espaço. | Projeto: Liv’n Arquitetura

Confira todas as imagens em nossa galeria!

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