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Arquitetura

Portas de correr: quando vale a pena usar?

Onde: Curitiba • 10 de Agosto - 2020 | Fotos Carlos Piratininga

Arquiteta Cristiane Schiavoni ensina como utilizar o recurso para poupar metragem e deixar a circulação livre 

Parte importante do projeto de interiores, as portas nem sempre recebem a atenção que merecem, já que, em muitos casos, acaba-se aproveitando os modelos já disponibilizados pela construtora – no caso de imóveis novos – ou escolhidas pelo antigo proprietário. Mas aqui vale salientar que portas não são todas iguais!

A substituição dos modelos de giro – o formato convencional, com abertura de 90 graus – por portas de correr agrega muitas vantagens para os ambientes. Além da estética e unidade visual o sistema contribui, em vários casos, para valorizar e economizar espaços.

Adepta da porta de correr em seus projetos, a arquiteta Cristiane Schiavoni, do escritório que leva o seu nome, explica: “Para conseguirmos o movimento do deslizar horizontal, a porta apresenta o trilho na parte superior e inferior da peça. Junto com isso, definimos a posição e a quantidade de folhas”, conta.

Onde e quando usar?

A profissional explica que o formato pode marcar presença entre ambientes integrados, correspondendo até a função de uma parede, e também resolver questões em toda a casa. “A solução é bem-vinda para os cômodos da área social, cozinha, banheiros e os dormitórios”, enfatiza Cristiane.

Em linhas gerais, a opção de correr libera espaço, pois não há necessidade de prever a circulação do arco que a porta comum realiza. No entanto, o que pode soar como uma saída 100% exequível, pode impactar na espessura, já que o modelo acumula as folhas. “No projeto, observo o que é mais importante na economia de espaço. Com esse pensamento consigo bater o martelo no tipo de porta”, detalha a arquiteta.


Na sala de estar, a porta de correr contribuiu para a otimização da área. Na compartimentação com a adega, o projeto realizado por Cristiane Schiavoni incluiu o trilho que permite deslizar a porta paralela à parede do ambiente. “Além de discreta, a escolha propiciou ganho de área, sem atrapalhar a circulação do estar”, afirma a arquiteta.


Na suíte, a porta de correr possibilitou tirar melhor proveito da metragem no banheiro e no quarto do jovem morador.

 

Integração

A ‘extinção’ das paredes e a demarcação dos ambientes por meio das características do décor – conhecida como integração –, é uma tendência que veio para ficar na arquitetura de interiores, pois independente do tamanho do projeto, confere amplitude ao imóvel. Nesse conceito, a porta de correr aparece como um componente nessa constituição, já que permite separar um cômodo, conferindo isolamento completo e privacidade, ao mesmo tempo que, com a abertura, promove a inclusão do ambiente.


Com a porta de correr inspirada no estilo oriental, executada em madeira e vidro, Cristiane Schiavoni conseguiu isolar e/ou integrar a cozinha da área social do projeto. As quatro folhas, que correm pela direita, ficam sobrepostas durante a abertura completa.

Quem tem crianças em casa sabe: é preciso ter um espaço para guardar os brinquedos! No apto integrado, a arquiteta posicionou a brinquedoteca voltada para o ambiente social, como uma forma dos pais observarem a movimentação dos pequenos. Dessa forma, a porta de correr com abertura para os dois lados figurou-se como essencial para preservar o cantinho dos filhos.

 


Na sala de estar executada pela arquiteta, os moradores escolhem se querem (ou não) deixarem à vista a sala de estar. A solução foi a porta de correr de madeira maciça, na cor branca, que completa a passagem como extensão da parede.

 

Marcenaria

Além da arquitetura, a porta de correr configura-se como elemento valioso para a marcenaria. Assim como as portas de entrada e saída dos ambientes, em armários o formato elimina a necessidade de incluir portas que sobressaem o espaço do mobiliário. “Pensar dessa forma é benéfico para a ergonomia do espaço”, pontua Cristiane.

Nesta suíte, os armários trazem portas de correr espelhadas. A ideia da profissional foi não ocupar espaço na circulação do ambiente e trazer amplitude visual com o reflexo da peça. Para otimizar, a TV foi instalada direto na porta espelhada do armário. No closet, com a ajuda de uma boa marcenaria, portas de correr ajudaram a adaptar o projeto de acordo com o desejo da cliente, deixando todas as roupas e acessórios setorizados e bem organizados.

 

Isolamento acústico

Apesar de não correr o risco de bater com o vento e não contar com dobradiças que podem fazer barulho, as portas de correr nem sempre oferecem um bom desempenho acústico. “Como nem sempre são mantidas completamente fechadas e possuem vãos entre peça e a parede, nem sempre é possível controlar a saída e a entrada de som entre os cômodos”, reforça Cristiane.

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