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Arquitetura

O padrão construtivo norte-americano pelos olhos da arquiteta Cristiane Gusmão

Onde: Curitiba • 03 de Março - 2020 |

A colunista da semana conta como o lifestyle norte-americano influencia na construção das casas no país

O norte-americano, em sua maioria, é prático. Tem pressa. Claro, como estou falando de mais de 300 milhões de pessoas, fica difícil generalizar. De qualquer maneira, a conclusão a que chego depois de seis anos morando na Flórida, é: os americanos não têm nenhum problema em usar estruturas e materiais simples e leves. Em deixar instalações aparentes. Não se prendem a detalhes de acabamento e, ao mesmo tempo, investem sem medo em marcas renomadas. Mas, o mais importante: eles não têm preconceito algum com drywall, vidro, estrutura metálica e outros tipos de fechamentos rápidos. Resumindo: o norte-americano é um povo simplista. E, por isso, as obras aqui são diferentes!

Por quê eles são tão rápidos?

 


Não se engane. Os norte-americanos não constroem casas com rapidez por contar com mão de obra mais qualificada, por exemplo. O segredo do sucesso deles está nos materiais que eles utilizam em suas construções. Na estrutura: madeira, fácil de manusear. Acabamento interno: drywall. Isso mesmo. Se você torceu o nariz para esse material é porque não conhece seus benefícios. Entre eles estão:

VERSATILIDADE: trata-se de um material extremamente fácil de personalizar, adaptar;

FLEXIBILIDADE: é um material que se adequa às necessidades da maior parte das pessoas;

ATRATIVIDADE: o valor de mercado das casas que utilizam drywall em sua estrutura subiu consideravelmente ao longo dos últimos anos nos Estados Unidos, já que é mais fácil reformar os imóveis e adaptá-los a seu gosto graças ao material;

LEVEZA: o drywall pesa cerca de 15% menos do que uma parede convencional de alvenaria pesaria e isso é importantíssimo porque nos Estados Unidos existem diversas cidades, como Orlando, por exemplo, que são construídas ao redor de lagos e pântanos. Nessas cidades é recomendável que as casas sejam o mais leve possível, para que não haja risco do solo ceder sob elas;

SUSTENTABILIDADE: o drywall não demanda o uso de materiais de construção como argamassa, cimento e concreto, por exemplo, permitindo a execução de uma obra muito mais limpa e sustentável.



Quem é da área sabe, no entanto, que não existe material 100% perfeito. A principal desvantagem do dry wall é que o usuário precisa ter bem claro que não deve jogar ou bater nada nas paredes, já que ele quebra e rompe facilmente (material frágil). O material também não pode ser aplicado em ambientes externos pois é sensível à água e aos raios solares. No espaço entre as placas podem surgir fungos, bactérias e insetos (como o cupim). Para evitar estes problemas, verificações regulares são necessárias. Além disso a exposição à umidade excessiva também não é recomendada, por isso, ao instalar em banheiros, é necessário prever a colocação de cerâmicas para proteção extra.

Ou seja, as construções aqui são bem mais rápidas, isso é fato. Mas a alvenaria, mesmo sendo mais lenta, continua tendo seu valor. 

*As fotos que ilustram esta coluna são de uma residência na Flórida projetada pela arquiteta (reportagem completa na edição 90 da Revista Casa Sul, disponível para download em nossa loja virtual). Confira mais fotos em nossa galeria!

 

 

 

Sobre a arquiteta Cris Gusmão:

Desde que se mudou de Curitiba para a Flórida, há 6 anos, a arquiteta Cris Gusmão observa com atenção o lifestyle dos americanos e de que maneira esse jeito de viver influencia na arquitetura e na decoração das casas do país. Foi esse olhar atento que inspirou a coluna que leva seu nome!

A partir desse mês a Cris vai compartilhar com nossos leitores as diferenças das construções e design de interiores americano em relação ao Brasil, analisando prós e contras dos métodos aplicados em cada país. E vai além: vai mostrar ainda as tendências e novidades que chegam primeiro por lá!

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