Depois de firmar-se como como uma tendência quase onipresente, o conceito aberto dos ambientes já é um jeito de viver muito bem aceito pelos brasileiros. Projetos de arquitetura de interiores de casas e apartamentos tiram partido da praticidade, amplitude e despojamento proporcionados pelo layout, conquistando moradores de todas as idades e gostos estéticos. Todavia, antes de tirar as paredes que dividem os ambientes, cada planta deve ser avaliada para saber se a decisão é mesmo o melhor caminho.

“Principalmente com o público mais jovem percebo a influência dos programas de TV realizados no exterior e transmitidos por aqui nos canais por assinatura. Recebo muitos pedidos por cozinhas integradas com destaque para a ilha ou a península”, explica a arquiteta Marina Carvalho, à frente do escritório que leva o seu nome. A integração entre a cozinha, sala de estar, jantar e varanda é uma das combinações mais comuns.

Acima: Com ambientes setorizados por móveis, este apartamento reformado por Marina Carvalho, tem acabamentos claros e muita luz natural | Foto: Evelyn Müller

Vantagens:

A amplitude pode ser considerada a vantagem número 1 do conceito aberto: com a redução da metragem quadrada dos novos apartamentos e residências, conectar os ambientes é uma estratégia muito bem-vinda para aproveitar os espaços e fazer o ambiente parecer maior do que é de fato. Outro grande aliado é o mobiliário: “O ideal é sempre trabalhar com móveis sob medida, respeitar as dimensões e instalar somente o necessário”, destaca Marina.

Outra vantagem é que a socialização dentro do lar também aumenta com a adoção do conceito aberto, perfeito para propiciar mais conforto ao receber amigos e familiares. Com a conexão entre sala e cozinha, bastante presente na integração, é possível conversar com quem está preparando a refeição ou com quem está na sala sem precisar sair do lugar, facilitando a interação. “A varanda também se tornou bastante requisitada, pois pode alongar o estar social, fazer as vezes de sala de jantar e até mesmo funcionar como ambiente gourmet”, detalha a arquiteta. A expansão do campo de visão permite um contato mais próximo também entre os moradores, sendo indicada para famílias com crianças ou membros que precisam de supervisão.

O conceito aberto também valoriza a entrada de luz natural e a circulação ar, que deixam de encontrar barreiras e se estendem por toda residência. “Se o imóvel contar com grandes janelas melhor ainda, sendo ótimo deixar tudo iluminado e arejado sem precisar acender uma luz, ligar ventilador ou ar-condicionado. Além da economia financeira, o recurso proporciona bem-estar e uma casa mais gostosa e acolhedora”, comenta a arquiteta Marina Carvalho.

Desvantagens

Uma das desvantagens é que o número reduzido de paredes pode implicar na redução de áreas para armazenagem. Armários flutuantes com estruturas metálicas ou instalação de armários mais compactos nas paredes existentes podem equilibrar esta questão porém devem ser avaliadas conforme cada perfil de morador.

A redução da privacidade e da possibilidade de se isolar de ruídos e interrupções também é uma desvantagem que deve ser considerada antes de integrar a área social. Para quem adotou o home office  a concentração pode ser bastante afetada. “Por isso, vale considerar o que é primordial para cada pessoa”, relata a arquiteta.

Acima: Neste apartamento, a cozinha se conecta com a ala social e a varanda, mostrando que o conceito aberto vai além de apenas sala estar e jantar| Foto: Evelyn Müller

Finalmente, há que se considerar se a integração da cozinha não acarretará odores e detritos que podem afetar os outros espaços. Em caso de famílias maiores ou que cozinhem com frequência o ideal é instalar uma coifa ou sistema de exaustão eficiente.