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Coletivo, colaborativo e público

Dani Carazzai Onde: Curitiba • 14 de Maio - 2020 | Fotos Rodrigo Ramirez

Forno a lenha construído no Parque São Lourenço movimenta artistas e resulta em peças de cerâmicas únicas

A argila em diferentes tonalidades pela ação do fogo.

O ano era 2017 e acontecia a Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba. Foi precisamente nesse momento que, por meio do curador Luiz Ernesto Meyer Pereira, a participação da Universidade Estatal de Montana (EUA) se estendeu para além do evento. Com uma forte atuação da universidade na área de cerâmica, o curador norte-americano convidado Royce Smith, decano de Artes e Arquitetura da instituiç?o, quis deixar um benefício para a cidade.

 

Surgia o forno a lenha do Ateliê Livre de Escultura do Parque S?o Lourenço, a única estrutura pública para a queima cerâmica em alta temperatura desta natureza (e deste tamanho) na cidade - é a maior do sul do Brasil. A sugestão partiu dos artistas e orientadores do Ateliê de Escultura, Elvo Benito Damo e Maria Helena Saparolli. “Pensamos em algo que fosse significativo e inédito para a comunidade artística da cerâmica”, conta Saparolli. A construção envolveu parceiros da comunidade local e teve orientação do próprio Elvo e dos professores Jeremy Hatch e Dean Adans, da universidade norteamericana.

 

Hoje o forno se constitui em um presente que vai além da sua capacidade de queima. Ele é coletivo no melhor sentido da palavra, pois reúne artistas consagrados e iniciantes em um mesmo encantamento – e trabalho. Também traz em si o movimento colaborativo - que é diferente do coletivo. Para uma queima s?o necessários vários dias, da preparação dos materiais, passando pela montagem e fechamento, até o abastecimento da lenha para alcançar a temperatura - o que dura cerca de 12 horas consecutivas. Todos trabalham em todas as etapas e, ao final, os resultados são analisados e geram novos conhecimentos.

 

Em setembro deste ano, um grupo da Universidade de Montana voltou à Curitiba para a construção de um forno menor, usando parte da estrutura anterior. Uma possibilidade para que as queimas - e os encontros - se tornem ainda mais frequentes.

 

Os vidrados ganham cores únicas após cerca de 12 horas ininterruptas de queima

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