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Arquitetura

A Vida Traduzida em Sabores

Onde: Curitiba • 17 de Outubro - 2018 | Fotos Eduardo Macarios

A arquiteta Talita Nogueira comanda a reforma da casa aonde a cozinha é o coração, transformando a história do casal que viveu pelo mundo em um refúgio familiar perfeito para acolher filhos e netos

Todo o espaço é composto pela mescla harmoniosa de diferentes materiais. A madeira natural foi trabalhada no teto da cozinha e aparece também na mesa de jantar. Nas gavetas da cozinha e armários, madeira ebanizada e espelhos bronze. Para o luminotécnico, foram inseridos perfis como parte do teto de madeira, para uma melhor iluminação da bancada e áreas de trabalho

Cada fase da vida traz consigo um sabor – ou mais de um deles, misturados. Para a ciência, os sabores básicos são classificados em cinco: doce, salgado, amargo, azedo e umami. Este último, não muito conhecido, foi comprovado apenas no começo do século XX por um pesquisador japonês e é reconhecido por ser duradouro, por ficar na boca por mais tempo que os demais sabores básicos. Além disso, o nome umami vem do japonês e significa algo parecido com “delicioso” ou  “saboroso”.

 

Se a infância é doce, a adolescência azeda e a vida adulta agridoce, então a maturidade é umami. É uma fase da vida em que se sabe o que quer, que se valoriza o que é bom e, principalmente, se valoriza o tempo. 

Aproveitar mais os netos e cozinhar para a toda a família foram os motivos que levaram o casal de proprietários desta casa no bairro Pilarzinho, em Curitiba, a revitalizar completamente o imóvel de 500 m². A arquiteta Talita Nogueira, que já havia reformado a parte externa da casa, foi a responsável pela renovação: “Como eles [os clientes] moraram em vários países, eles tinham referências de produtos com altíssima qualidade e uma visão bem contemporânea do que queriam no projeto”, conta Talita.

 

Dentre as preferências apontadas pelos moradores estão o uso do concreto, das obras de arte, a paleta de cores com tonalidades mais escuras, muitos espelhos e superfície branca para a cozinha. Todos estes elementos foram incorporados ao projeto: “Sempre peço referências para os clientes, mas como já os conhecia isso facilitou muito a linha que deveria seguir. Eles confiaram totalmente no trabalho do escritório e isso facilitou muito o processo de criação e execução da obra”, comenta a arquiteta.

 

A reforma, que durou apenas seis meses, revolucionou o imóvel. Todos os revestimentos foram substituídos. Os móveis italianos, de acervo pessoal, passaram pelo processo de ebanização, que deixa a madeira mais escura, quase preta, para se adequarem à nova proposta de interiores. Para receber os netos com segurança, todos os tecidos, materiais e revestimentos da casa são à prova de crianças e de fácil manutenção. Os espaços também não possuem ar-condicionado, mas sim ventiladores de teto, para evitar o acúmulo de pó, ácaros e outros causadores de problemas respiratórios.

 

Na cozinha, espaço favorito da moradora, também foram feitas modificações: “A proprietária é apaixonada por culinária. Ela fez curso de panificação e adora cozinhar para a família, com todos em volta e isso acontecia de forma desorganizada antes da reforma”, explica Talita. O novo layout integrou cozinha e sala de jantar, trazendo uma grande bancada em Dekton Tundra (Euro Max), com textura branca marmorizada, da qual sai a mesa de jantar. “O Dekton, importado pela Euro Max, é um tipo de material que não quebra, não risca e é super resistente ao calor. Ele é fabricado por uma empresa italiana, chamada Cosentino, e é considerado um produto muito avançado em tecnologia, além de permitir vários tipos de acabamentos e texturas”, observa a arquiteta.

 

O segundo pavimento recebeu piso vinílico Oxford Beaulieu, na cor 011. A bancada longilínea que ocupa toda a parede em frente à janela foi trabalhada em porcelanato Bianco Covelano, da Portobello Shop. Os arranjos com flores tropicais são da Agapanthus

A característica limpa e linear do projeto se repete também no luminotécnico, da LED Iluminação, todo desenvolvido pelo escritório, que trabalha com rasgos pretos alinhados e recuados, com luminárias dentro. Nos quartos, a luz indireta é trabalhada com arandelas articuladas, em leitura industrial, e spots de LED em pontos específicos. Na cozinha, os perfis foram inseridos como parte do teto de madeira, para uma melhor iluminação da bancada e áreas de trabalho.

 

Na sala de jantar integrada com living, a parede foi trabalhada com o revestimento Indonésia Lava, de textura rústica, adquirido na Portobello Shop. Na mesa de jantar, cadeiras Charles Miller, assinadas pelo designer Sergio Fahrer, garimpadas na Momenttum. As janelas receberam persianas Silhouette, da Hunter Douglas, para um melhor controle da luminosidade natural

 

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