Simplicidade como essência
Onde: Curitiba • 12 de Maio - 2025 | Fotos Eduardo MacariosMinimalismo e design brasileiro em projeto integrado à paisagem de Curitiba

O minimalismo surgiu como movimento artístico no pós-guerra, entre as décadas de 1950 e 1960, em reação ao excesso de ornamentos e à complexidade visual que dominavam a arte e a arquitetura. Na construção civil e no design de interiores, o estilo ganhou força a partir dos anos 1980, valorizando a pureza das formas, o uso intencional dos materiais e a funcionalidade dos espaços.
É possível identificá-lo por elementos como linhas retas, paleta de cores neutras, ausência de excessos decorativos e uma atmosfera de leveza e ordem visual.
Mais do que um estilo estético, o minimalismo é também uma filosofia: menos é mais — não apenas por conter menos objetos ou ornamentos, mas por promover experiências mais significativas, conectadas à luz, ao vazio e à respiração dos espaços.
É a partir desse princípio que o Bo.arch Studio, das arquitetas Marina Carvalho e Thalita Peron, desenvolveu o projeto de interiores do apartamento de 306 m² no edifício Mai Terraces, da Construtora Laguna, em Curitiba (PR).
Voltado para moradores que valorizam o design nacional, o apartamento tem como ponto central a integração dos espaços sociais — estar com pé-direito duplo, jantar, cozinha, home theater e varanda — distribuídos em cerca de 120 m². As amplas esquadrias posicionadas na altura da copa das árvores criam uma sensação de casa suspensa, intensificando a conexão com o verde e a entrada abundante de luz natural.
A estética minimalista, aqui interpretada com afeto e sofisticação, se revela em tons sóbrios que funcionam como cenário neutro para destacar peças de artistas e designers brasileiros. Um exemplo é a jabuticabeira, incorporada desde os primeiros esboços do projeto, e a obra do artista paranaense André Mendes. O mármore Michelangelo Prime, de origem local, também reforça essa valorização das matérias-primas nacionais.
A iluminação, aplicada em camadas — no piso, paredes e teto — contribui para a profundidade dos ambientes sem renunciar ao conforto visual. “Nosso objetivo foi criar uma ambientação que respeitasse o acervo dos moradores e transmitisse leveza, sem excessos. A integração foi pensada para ser fluida, mas sem perder a elegância e a função de cada espaço”, explicam as arquitetas.
Serviço
Bo.arch Studio – Marina Carvalho e Thalita Peron