Revestimentos para bancadas de cozinha
Onde: • 23 de Setembro - 2025 |Arquitetos indicam as melhores opções, explicam vantagens e revelam os motivos de suas escolhas.
As bancadas de cozinha deixaram de ser apenas superfícies funcionais e passaram a ocupar papel central no projeto de interiores. Hoje, quem busca alternativas ao uso das rochas naturais tradicionais — como mármores e granitos — encontra um leque de opções que unem tecnologia, estética e desempenho. Entre elas, destacam-se as pedras sinterizadas, o porcelanato em grandes formatos, o quartzo industrializado e o terrazzo resinado, cada um com suas vantagens, limitações e perfis de uso.

Pedras sinterizadas
Também chamadas de superfícies ultracompactas, as pedras sinterizadas são produzidas a partir de minerais naturais submetidos a altas temperaturas e pressão, em um processo que imita a formação geológica das rochas. O resultado são lâminas resistentes, não porosas e de alta durabilidade, que podem ser aplicadas em bancadas, pisos, fachadas e mobiliário. Marcas como Dekton (Cosentino), Neolith, Infinity (Gramarcal), Roca Ultracompacto com Biosafe e Compactstone estão entre as mais conhecidas.

Entre as vantagens destacam-se a resistência a manchas, riscos e altas temperaturas, além da variedade de acabamentos que reproduzem desde o mármore até o cimento queimado. Para o arquiteto Fernando Schwertner, a escolha depende da procedência: “Uso a pedra sinterizada, mas prefiro as que têm mais tecnologia, como as da Cosentino (Dekton), da Gramarcal (Infinity) e da Roca ultracompacto com biosafe.”

O designer Daniel Casagrande também reforça a confiança: “O Neolith é um material ultracompacto que resulta em lâminas resistentes e não porosas, com acabamentos diversos para bancadas, pisos e fachadas”.

A preferência da arquiteta Olga Bergamini, igualmente recai na sinterizada. “Já usei várias vezes em meus projetos com excelentes resultados por serem muito mais resistentes do que as pedras naturais. Costumo dizer que são resistentes a vandalismo. Não vejo diferença significativa entre as marcas Dekton, Neolith e Compactstone”, afirma.

Porcelanato
O porcelanato em superformatos é uma alternativa com custo mais acessível que as superfícies sinterizadas, apresentando versatilidade de aplicação e boa resistência. A Roca Cerámica, por exemplo, trouxe ao mercado placas de grandes dimensões capazes de atender ao mesmo conceito estético. No entanto, apesar do desempenho satisfatório, esse tipo de material pode demandar maior cuidado na instalação para evitar quebras e trincas.

Quartzo industrializado
O quartzo — conhecido por marcas como Silestone — combina resina e pó mineral, oferecendo cores uniformes e estética mais chapada. Segundo a arquiteta Eliana Franklin, ele é uma opção intermediária: “Uso o Dekton pela qualidade, praticidade e estética, mas também o Silestone, quando o cliente deseja investir menos”.
A arquiteta Elyse Bacila concorda: “Uso quartzo de 2 cm, principalmente quando o cliente quer cores chapadas como branco ou bege. Ele tem boa resistência e facilidade cromática, diferentemente do granito, que apresenta manchinhas”.

Terrazzo resinado
Mais recente no mercado brasileiro, o terrazzo resinado resgata a estética clássica italiana em versões contemporâneas. Para a arquiteta Silvia Xavier, trata-se de uma solução diferenciada: “Tenho utilizado o Terraço Resina da Santa Margherita, que combina resina e resíduos de rochas com um processo técnico e artesanal. Isso confere muita resistência e um visual que traz essa vibe europeia do terrazzo, mas com a durabilidade necessária para tampos de cozinha”.

Há quem ainda prefira recorrer às pedras naturais em determinadas situações. O escritório Olesko e Lorusso Arquitetura destaca: “Usamos muito mármore dolomítico, quartzito e granito pela estética e veios naturais. Mas quando buscamos alta performance, recorremos ao Dekton pela fidelidade na reprodução de materiais e pela resistência”.
A arquiteta Angélica Pecego também cita preferências: “Tenho usado o Compactstone Mountain e o Branco Calacata, que entregam ótima estética com desempenho técnico”.
Já Pauline Kubiak vê na sinterizada a melhor resposta às limitações da pedra natural: “Indico a Neolith Classtone, que lembra o mármore branco Paraná, mas sem as manchas e com resistência ao calor. O mármore natural, por ser poroso, acaba manchando com pouco tempo de uso”.
A arquiteta Claudia Sovierzoski define a sinterizada como “um material ultracompacto de alta durabilidade”. Já Priscila Mileke utiliza as lâminas ultracompactas da HMD, ampliando a lista de marcas confiáveis no mercado.
Cuidados práticos e manutenção
Apesar das diferenças entre os materiais, todos exigem cuidados básicos para manter a durabilidade e a estética. As pedras sinterizadas e o quartzo oferecem maior resistência a manchas, mas recomenda-se limpar imediatamente líquidos como vinho e café. O mármore, por ser poroso, demanda impermeabilização periódica, enquanto o granito é mais tolerante, mas menos uniforme esteticamente.
Quanto ao calor, apenas as sinterizadas suportam bem panelas quentes diretamente sobre a superfície. Quartzo e terrazzo resinado podem sofrer danos, e no caso das pedras naturais, o choque térmico também pode causar fissuras.
No dia a dia, o uso de detergente neutro e pano úmido é suficiente para a limpeza. Produtos abrasivos ou químicos fortes devem ser evitados em todos os casos.
Resumo de comparação
Mármore (rocha natural): esteticamente único, mas poroso, sujeito a manchas e riscos.
Granito (rocha natural): mais resistente e econômico, mas com estética menos uniforme.
Quartzito (rocha natural): combinação de beleza e resistência, mas também pode manchar.
Pedras sinterizadas – Dekton, Neolith, Infinity, (superfície ultracompacta industrializada): maior desempenho técnico, resistência ao calor, manchas e riscos, estética variada e manutenção simples.
Quartzo industrializado – Silestone (superfície composta de quartzo e resina): boa resistência e grande variedade cromática, mas não tolera bem altas temperaturas.
Terrazzo resinado (superfície composta de resina e fragmentos minerais): alta resistência, estética diferenciada, mas ainda menos difundido.
