Shinrin-yoku*, também conhecido como "banho na floresta," é uma prática japonesa que envolve passar tempo em florestas com o objetivo de melhorar a saúde e o bem-estar. A expressão "shinrin-yoku" pode ser traduzida literalmente como "absorver a atmosfera da floresta" ou "banho de floresta." A prática surgiu no Japão na década de 1980 como uma forma de combater o estresse e encorajar as pessoas a se reconectar com a natureza.

Passar um tempo assim pode aumentar a sensação de vitalidade e energia, mas na falta de uma oportunidade de contato direto é possível trazer alguns benefícios similares, incorporando plantas nos ambientes. Interagir com as espécies durante a poda e no regar, tocá-las e cheirá-las, pode proporcionar efeitos relaxantes semelhantes aos de estar em um ambiente natural.

Engana-se quem pensa que elas podem fazer mal em ambientes fechados, uma vez que exalam o CO2 durante a noite. O estudo de purificação do ar da Agência Espacial Americana (NASA) nos Estados Unidos destaca que as plantas têm capacidade de remover 87% das toxinas do ar, incluindo compostos orgânicos voláteis encontrados (VOCs) em materiais comuns do dia a dia.

“Embora haja preocupações sobre a quantidade de gás carbônico (CO2) liberada pelas plantas, é importante ressaltar que ele é liberado em baixa quantidade, o que não prejudica a qualidade da respiração humana”, comenta o biólogo e paisagista Ney Laignier.

Ele esclarece que as plantas mais apropriadas para se colocar dentro de casa são aquelas que prosperam na sombra, entre elas destacam-se as espécies de plantas como a Espada-de-São-Jorge (Sansevieria trifasciata), a Jibóia (Epipremnum pinnatum), a Suculenta (Echeveria, Crassula, Sedum), e a Violeta (Saintpaulia ionantha). “São espécies que requerem cuidados relativamente simples”, pontua Ney.

O profissional assinou o paisagismo de vários ambientes da 10ª edição Morar Mais Goiânia 2024, onde não faltaram exemplos de ambientes que se utilizam das plantas para agregar mais bem-estar aos usuários.

1 - Suite Master
Inspirada pelo Parque Nacional das Emas em Goiás, a suíte master incorpora elementos naturais do parque, e inclui a integração de plantas no quarto, seguindo um conceito Urban Jungle, que é a tendência de utilizar plantas na decoração para purificar o ar, aumentar a imunidade e promover bem-estar.

2 - Banheiro PcD
As plantas não precisam se restringir a jardins e áreas sociais. A sugestão de Marília Lilia, responsável pelo projeto banheiro para pessoas com deficiência, fugiu do padrão tradicional, onde todos os banheiros são sempre de cores neutras. Ela introduziu plantas para tornar o ambiente mais vivo e conectado à natureza.

3 - Sala de negócios
Uma pesquisa da Universidade de Queensland, na Austrália, revelou que a presença de plantas em ambientes de trabalho pode aumentar a produtividade dos funcionários em até 15%. O arquiteto Edson Mesquita integrou elementos de biofilia no ambiente, que cria conexão entre pessoas, natureza e outros seres vivos. O ambiente inclui amplo paisagismo com plantas, vasos cerâmicos, seixos no piso e outros elementos naturais.

4 - Cozinha
Considerada o coração da casa, a cozinha também tem espaço para o verde, que pode ser uma pequena horta ou uma parede verde. No projeto assinado pelo arquiteto Tiago Mecenas, uma parede verde traz vida ao sofisticado ambiente, tornando o espaço mais convidativo.

5 - Restaurante
Quem não gosta de almoçar ou jantar debaixo da copa de uma árvore? Ou de um piquenique no parque? O arquiteto Gabriel Delane capturou essa essência no projeto do restaurante Tem no Tacho. Quando o visitante entra, sua primeira imagem é uma jabuticabeira ao centro de uma mesa de concreto. O paisagismo vivo se mistura com os sabores e leva vitalidade e conforto ao espaço.