A pandemia modificou as relações de trabalho em todos os lugares do mundo. Os grandes prédios que costumavam ter escritórios lotados estão vazios. Entraram em cena as reuniões por videoconferências que, em muitas casas, acontecem em um cômodo improvisado. Nos Estados Unidos a situação é diferente. Aqui, a maioria das pessoas escolhe sempre um cômodo da casa para montar um escritório. De acordo com a consultoria Global Place Analytics, estima-se que nos Estados Unidos pelo menos 50% dos profissionais já ocupavam cargos home office antes mesmo do coronavírus chegar ao país. O fato é que o americano entendeu faz tempo o que os brasileiros e outros povos do mundo começaram a entender nessa crise: que o home office é uma prática que pode facilitar muito o dia-a-dia do profissional em termos de deslocamento, economia de tempo e até de bem-estar, motivo pelo qual ele tomou corpo nos últimos meses. E a tendência é que esse modelo, em muitos casos, permaneça mesmo depois da crise atual.

O home office já se mostrou efetivo. Tira carros da rua, desafoga o transporte público e mobiliza a economia de outra forma. As pessoas passam a ter mais tempo para cuidar da saúde e podem usufruir de coisas que lhes dão prazer sem que a empresa tenha redução das entregas e do faturamento. Como eu disse no início, aqui nos EUA isso já é realidade. Quando um arquiteto/designer de interiores é chamado para cuidar de uma casa, o escritório costuma receber tanta atenção quanto os demais cômodos. Nada de um cantinho improvisado. É comum investir sim em móveis planejados, cadeiras e mesas que permitam boa postura e iluminação correta também nessa parte da casa. Como arquiteta, a lição que eu mesma tirei nos últimos dias, quando precisei trocar meu escritório cheio de funcionários pelo meu escritório em casa, é que esse cuidado é mais do que luxo. Tem a ver com a preocupação com a performance no home office. Quanto mais bem planejado for o escritório em casa, maior o rendimento da pessoa. Que essa seja uma das boas lições que a pandemia vai nos deixar.