No Dia Internacional da Mulher comemoramos a longa história de luta feminina por melhores condições de vida, trabalho e igualdade de gênero. A data, que surgiu no início do século XX em homenagem ao movimento das mulheres trabalhadoras de Nova York, hoje celebra as contribuições e conquistas das mulheres em todas as áreas da vida.

Na arquitetura não é diferente: diversas profissionais se destacaram por sua criatividade, talento e visão, deixando um rico legado para as gerações futuras. Conheça a seguir cinco mulheres inspiradoras:

Zaha Hadid - Iraque

Zaha Hadid nasceu no Iraque em 1950 e foi a primeira mulher a ganhar o prêmio Pritzker, considerado o "Nobel" da arquitetura. Ela ficou conhecida por seus projetos ousados e futuristas, como o Centro Aquático de Londres, construído para as Olimpíadas de 2012 (foto abaixo), e a Ópera de Guanghzhou, na China.

Seu estilo icônico, marcado por formas curvas e sinuosas, faz com que os edifícios pareçam fluidos e dinâmicos. Sua imensa contribuição para a arquitetura, reconhecida e valorizada até hoje, rendeu honrarias como a Legião de Honra francesa e a Ordem do Império Britânico. 

Lina Bo Bardi – Itália/Brasil

Nascida na Itália, em 1914, Lina Bo Bardi se mudou para o Brasil em 1946 e fez carreira como uma das arquitetas mais importantes do país. Responsável por projetar diversos edifícios públicos e culturais como o MASP (Museu de Arte de São Paulo) e o SESC Pompéia, em São Paulo (foto abaixo), Bo Bardi foi uma pioneira da arquitetura moderna brasileira.

Além de arquiteta, Lina também atuava como curadora de arte e designer de móveis. Premiada várias vezes ao longo da sua carreira, inclusive com o Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana em 1993, Bo Bardi defendeu a conexão da arquitetura com os aspectos culturais e sociais e o uso de matérias-primas extraídas localmente. Seu legado é, até hoje, uma inspiração para inúmeros profissionais e jovens arquitetos.

Kazuyo Sejima - Japão

A japonesa Kazuyo Sejima nasceu no interior do país em 1956 e se formou em arquitetura pela Universidade de Tóquio em 1981. À frente da empresa japonesa SANAA, Sejima é conhecida por seus projetos minimalistas e arrojados, dentre os quais estão o Pavilhão Serpentine em Londres (foto abaixo), a Casa Rolex em Tóquio e o Museu New Art em Nova York.  

Suas construções inovadoras, com formas geométricas simples e uso criativo da luz, renderam o prêmio Pritzker de 2010 – o segundo da história concedido a uma mulher. Atualmente ela é uma das arquitetas mais influentes do mundo e continua a produzir obras que desafiam os limites da arquitetura contemporânea.

Denise Scott Brown – Zâmbia/EUA

Denise Scott Brown nasceu na Zâmbia, em 1931, e se graduou em arquitetura na Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, e também na Universidade da Pensilvânia nos Estados Unidos. Ao lado do marido, o arquiteto Robert Venturi, Brown criou projetos importantes como o Museu de Arte Contemporânea de San Diego (foto abaixo) e a Biblioteca Fonthill para a Universidade de Princeton.

Autora de vários livros importantes e contribuições teóricas sobre arquitetura, Scott Brown enfrentou discriminação ao longo da carreira e foi frequentemente ignorada ou creditada de forma inadequada pelos projetos que produziu ao lado do marido. Sua luta contra a desigualdade de gênero na arquitetura e no ensino superior levou muitas outras mulheres a seguirem seus passos, levando à sua premiação, em 2018, no Prêmio Jane Drew de Arquitetura. Seu legado continua a ser um exemplo de perseverança e sucesso diante das adversidades.

Elizabeth Diller – Polônia/EUA

Nascida em 1954 na Polônia, Diller se mudou para os EUA e estudou arquitetura na Universidade Cooper Union, em Nova York, e na Architectural Association School of Architecture em Londres. Co-fundadora do escritório de arquitetura Diller Scofidio + Renfro, em Nova York, Diller é conhecida por projetos que abordam o design de formas experimentais e multidisciplinares.

Seus projetos inovadores misturam arte, arquitetura e tecnologia, sendo os principais exemplos o High Line Park em Nova York (foto acima) e o Broad Museum em Los Angeles (foto abaixo). Em 2019 ela recebeu a Medalha de Ouro do Instituto Americano de Arquitetos - a maior honraria concedida pelo instituto.

Sua atuação também é marcada pela forte defesa de políticas de inclusão e diversidade relacionadas à profissão de arquiteto.

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