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CASACOR Minas Gerais 2019

Onde: Minas Gerais • 25 de Setembro - 2019 | Fotos Divulgação

Realizada no Palácio das Mangabeiras, a 25ª edição da maior mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo do estado conta com 60 ambientes, assinados por 94 profissionais. A programação segue até 13 de outubro

 

A 25ª edição da CASACOR Minas foi aberta oficialmente nesta terça e segue até 13 de outubro, no Palácio das Mangabeiras, imóvel tradicionalmente utilizado como residência dos governadores de Minas. Esta é a primeira vez que o imóvel está sendo aberto para visitação. O tema apresentado nesta edição é “PLANETA CASA". A ideia é fazer com que os frequentadores tenham uma reflexão sobre como a nossa relação com o mundo influencia o nosso jeito de morar. Sendo assim, a proposta é apresentar uma série de projetos que reflitam sobre como a casa deve absorver o estilo de vida de seus moradores. Atentos à questão da sustentabilidade, diversos ambientes da mostra foram inteiramente construídos a partir de técnicas capazes de reduzir a geração de resíduos, reduzindo consequentemente os custos de produção, além do ganho na agilidade deste processo construtivo.

A CASACOR Minas conta com 60 ambientes ao todo, envolvendo a participação de 94 profissionais do setor.  Cerca de 500 profissionais entre arquitetos, design de interiores, paisagistas, pedreiros, pintores, marceneiros, jardineiros e soldadores trabalharam diretamente na elaboração, construção e finalização dos ambientes. Só na parte de construção foram investidos aproximadamente R$ 10 milhões.

Com todo esse aporte financeiro, além, é claro, do local escolhido para ser sede da mostra deste ano, que será aberto pela primeira vez ao público, faz com que a expectativa do número de visitantes da CASACOR Minas 2019 seja o maior da história do evento. De acordo com Juliana Grillo, diretora comercial da mostra, cerca de 70 mil pessoas são esperadas ao longo dos 40 dias de visitação. “Estamos radiantes com a oportunidade de comemorar 25 anos da CASACOR Minas em uma das construções mais emblemáticas do estado”, comemora.

Bilheteria, por Juliana Vasconcelos

Com inspiração minimalista e gráfica, a bilheteria se vale de poucos materiais em seu projeto de interiores. No ponto principal do ambiente, dois tons de vermelho, com paginação em diagonal, sobem paredes e balcão. A ideia é criar pontos de fuga, como se fossem caminhos, dando uma direção ao olhar. A mesma linguagem também está na iluminação, mínima: algumas lâmpadas tubulares em led fazem o caminho no teto e descem por uma parede que não foi revestida. Na área da bilheteria há ainda cortinas, também em dois tons, o vermelho e o rosa. Teto e parede sem revestimento ganharam tom mais dramático de vermelho. No foyer, detalhe para o banco em madeira e para a linha de produtos desenvolvidos pela Hardy inspirados nas espécies escolhidas por Burle Marx para os jardins do Palácio. Bem à vista para o visitante que chega, eles podem ser adquiridos na saída do evento.

Bilheteria - Foto Gustavo Xavier

Espaço Globo, por OBJ Design e Arquitetura 

O espaço é cênico e, aqui, luz e som são protagonistas. E andam juntos: a trilha sonora criada exclusivamente para o ambiente interage com a luz, proporcionando várias propostas de intensidades e cores variadas. Para que essa ideia se tornasse eficiente, o ambiente foi todo projetado no branco, criando uma tridimensionalidade com a disposição de bolas de isopor que interagem com a marca da emissora. O revestimento em grama sintética do piso oferece sensação sinestésica e o espelho com recortes tridimensionais amplia o leque de sensações. Um amplo pano de vidro de 6m de largura e 3m de altura faz a integração com a área externa.

 Espaço Globo - Foto - Gustavo Xavier

Refúgio, por Júnior Piacesi

Desprendido do chão, o projeto dessa casa pretende estimular conexões e se inserir no contexto em que está implantado, sem interferir com ruído na paisagem. Graças à fachada mimética integralmente revestida por um espelho que cria jogo de esconde-esconde em meio ao bosque de eucaliptos. Uma grande passarela liga a rua ao espaço e investe em uma penumbra branca de reciclado têxtil, dando transparência e leveza à edificação. A casa voa, a seis metros do solo firme, permissão dada pela estrutura metálica de seu esqueleto, uma proposta que soma em volume à experiência de se estar presente consigo mesmo. Internamente estão dispostos a cozinha, a mesa, a cama, o closet, o banheiro e um espaço de meditação, tudo integrado com a leveza do concreto do piso e das placas de cimento que encapam uma parede longitudinal. Do lado oposto, o fechamento é em vidro, assim como uma parte do teto, que traz a luz natural e as árvores do terreno para participar desse momento. Destaque para as poltronas Carlos Motta, poltrona Lina, da Líder, em homenagem à Lina B oBardi, cama da São Romão e luminárias da Floss, da A. de Arte. Sobre a iluminação, mais um detalhe: ela também vem dos eucaliptos lá de fora.

Refu?gio -  CASACOR Minas - Junior Piacesi - Foto Jomar Braganc?a

Ateliê do Chef, por Nídia Duarte

Mais intimista e propício para receber amigos e familiares, a proposta deste ambiente é ser um espaço que funcione como um laboratório de experimentações, mantendo tudo ao alcance da mão. Para isso, conta com uma estilosa horta de especiarias, distribuída em vasos suspensos que mais parecem discos voadores. Se o lounge é um convite explícito ao descanso, o gazebo é um aceno prazeroso para o ato de cozinhar. No acesso principal, patamares irregulares foram feitos na pedra Hitam. Já na parte lateral ele aparece em forma de rampa, que dá acesso ao lounge que, embora descoberto, foi pensado como um living, com móveis orgânicos dispostos de maneira irregular. Sobre uma prancha de madeira, o sofá grafite, em tecido que remete ao linho, é próprio para áreas externas e tem como complementos, as almofadas e mantas, em tons terrosos e cinza claro. Em um canto, uma composição de mesas de madeira em laca e alguns vasos dão o toque de sofisticação. Criando uma conexão natural, um jardim vertical suspenso atravessa o lounge e adentra o gazebo. Para reforçar o encantamento do lugar, duas poltronas Painho, de Marcelo Rosenbaum, pufes em corda náutica e tapete de Elisa Atheniense, em tons de cinza, também em corda náutica fazem composição harmoniosa. Destaque para o teto com iluminação embutida em colmeia irregular em madeira e para a frente do gazebo, toda feita em ripado de madeira natural, disposta de forma irregular tanto na largura quanto na profundidade.

 Ateliê do Chef - Foto Jomar Bragança

Escritório do Jardim, por Marina Diniz e Paula Guimarães

Um home office em pleno quintal comprova que tempo é mercadoria de luxo e mostra como pode ser agradável um espaço que parte de um contêiner para se transformar em puro conforto, charme e estilo. Na parte externa, o revestimento em ecogranito é bastante resistente, de fácil aplicação e fica lindo iluminado. A pedra sabão faz o caminho pelo gramado até se chegar, ainda do lado de fora, ao ambiente pontuado por poltronas e pufes em corda náutica e mesas de apoio em fórmica, que antecipam a informalidade de possíveis reuniões, ou mesmo o prazer de momentos de contemplação. A sobriedade das paredes internas deixam o impacto para o bom design do mobiliário, presente nas peças de Sérgio Rodrigues, Jorge Zalzupin e Jader Almeida e também para a montagem ao fundo com 22 telas de Alessandra Rehder, formando uma espécie de janela. Delícia para os olhos e vontade de ficar um sem tempo de tempo. Simples assim.

Escritório do Jardim - Foto Jomar Bragança

Ateliê da Vila, por Casa Tereze

Nem parece um container, mas é. Tudo por causa do revestimento externo, um lambri de pinus, pintado em dois tons de verde, que dá um ar de casinha rústica a um ambiente em que até o tempo parece ser menos eletrônico e mais artesanal. O deck em madeira é uma extensão do espaço interno e tem um charmoso pergolado em fibra de coco natural criando um divertido jogo de luz e sombra. Internamente, além de um pequeno e confortável estar, chama a atenção a simplicidade das cadeiras de serralheria artesanal com estofado em tecidos de diversas padronagens. Elas dão um toque de ternura à mesa de madeira maciça que serve como bancada para aulas ou reuniões, com desenho bem ao estilo de oficina, em linhas retas e robustas. Revestidas em tecido, as paredes reforçam o abraço que se sente ao entrar nesse ateliê, pensado para a realização de cursos coletivos de artes manuais como cartonagem, cerâmica, costura e bordado.

Ateliê da Vila - Foto Jomar Bragança

Cuboesia & Jardim de Aço, por João Diniz e Bel Diniz

Cuboesia é uma instalação híbrida que une arquitetura, design, escultura, paisagismo e poesia resultando numa peça de ‘land-art’ instalada  no gramado do Palácio Mangabeiras palco da CasaCorMG 2019.  A intenção é que as pessoas interajam com esse espaço -  literalmente - entrando na poesia e através de seu texto - que é um poema de seis versos vazado em cada face do cubo - passem a admirar a luz, as sombras e a paisagem montanhosa do entorno.  Em volta deste cubo de metal está o Jardim de Aço, que é uma composição escultórica que interage com a vegetação local. O espaço sugere que o metal é também um elemento da natureza. O Cubo e o Jardim  foram totalmente produzidos com os aços da ArcelorMittal.

Cuboesia_Jardim de Aço - Foto Bel Diniz

Jardim das Palmeiras, por Rita Cruz

Aqui, a opção foi reforçar a sensação da rigidez do concreto da edificação com a presença de um mandacaru disposto entre agaves. Tal aridez cria um jogo estético e brinca com as sensações, já que, neste caso, o frescor vem de dentro, ou seja, faz parte do ambiente interno. Nele, um maciço de palmeiras Phoenix pode ser visto de fora e, ao fundo, uma árvore Eugênia tem a companhia de um maciço de moreias. Rita opta por utilizar poucas espécies e tem trabalho inspirado em profissionais como Luís Carlos Orsini e também Burle Marx.

Jardim das Palmeiras - Rita Cruz - Foto Daniel Mansur

Sala das Palmeiras, por Carla Cruz e Philipe Pinheiro

Um ambiente que se propõe sem limites entre o interno e o externo e que contrasta a rigidez externa da arquitetura brutalista das placas cimentícias aparentes, em formato ortogonal, com a fluidez interna. Com living, jantar e adega, o espaço é delimitado pelo uso e não por divisões físicas e se destina à convivência e à contemplação do entorno. O layout e o mobiliário tem caráter orgânico, com poucos itens e uma paleta bem clean. A simplicidade do ambiente funciona como uma tela em branco em que as pinceladas são os móveis e a luz que toca as superfícies. Destaque para a mesa de jantar orgânica, desenhada pelo escritório em lâmina de madeira natural Grigio Italiano e para as duas arandelas douradas Vent, da Foscarini, a luminária de piso Galáxia da Archela, e a arandela da adega Arco, do Estudio Rain.

Sala das Palmeiras - Foto Foto Daniel Mansur

Minas Workpod, por José Lourenço

Pensado para ser o escritório móvel do governador, que pode ser implantado em qualquer lugar, o edifício orgânico cujo formato reforça o elo forte com a natureza que o abraça, tem breeze em mármore paginado no janelão, criando uma função arquitetônica inovadora. Refletido em dois momentos, o externo em aço virgem do contêiner, que oxida com o tempo e em azul Ives Klein; e o interno, em contraste, com madeira vinílica cobrindo teto e chão e paredes em cinza claro. Industrial por fora e aconchegante por dentro. Do lado oposto ao breeze do janelão, uma democrática cozinha que se abre para a população foi montada na porta do contêiner. Na sequência, um pequeno estar com mesinha e duas poltronas e, mais adiante, finalizando, o espaço oval, com mesa de design autoral em mesmo formato, em mármore e madeira incrustada no centro e pé em madeira com o mesmo desenho da madeira do tampo, destinada a reuniões maiores.

Minas Workpod - Foto - Jomar Bragança

Jardim do Encontro, por Carol Quinan

Um estar ao ar livre, com o mesmo conforto, charme e aconchego de um ambiente interno. Para que isso fosse possível, foi utilizado mobiliário próprio para uso externo em múltiplas opções: do estar ao momento de refeição, passando pelo carinho da lareira, do delicioso balanço e também das chaises com mesa que tem champanheira embutida. A elegância fica por conta do pontual bordeaux e do preto em paleta em que predomina o cinza clarinho e das curvas tanto na passarela quanto na implantação do terraço, à la Burle Marx. O paisagismo lançou mão do jasmim manga em grande quantidade, oferecendo uma proposta mais árida, além de usar a pleomeli variegata e clúsias na composição entre as árvores preservadas. Iluminado, a beleza do jardim se sobressai também à noite.

Jardim do Encontro - Foto - Jomar Bragança

Pavilhão Office, por Fernanda Villefort

O que se quer aqui é mostrar um olhar renovado sobre os espaços corporativos, ambientes que costumam mudar de cara com frequência. Como hoje as pessoas permanecem por um período muito grande no ambiente de trabalho, esses espaços não podem ser os mesmos de antigamente. Por isso, o projeto desse pavilhão é todo integrado. Logo ao entrar, é fácil perceber o ambiente. Na área central concentra-se o espaço social, uma grande bancada que oferece café, vinho ou espumante. Aqui já começa a mudança, um novo momento do corporativo: o espaço central é onde tudo começa e onde tudo termina, destinado a reuniões, treinamentos e palestras. É a conexão da pessoa com o mundo, com o outro ou consigo mesma. Há também áreas para quem prefere trabalhar mais isolado. Em paralelo, a passarela galeria, na única parede cega do pavilhão, tem a intenção de evocar e potencializar a sensibilidade e a criatividade nas pessoas.

Pavilhão Marelli - Foto - Jomar Bragança

TransPLANTE, por Mariza Rizk

Um jardim-instalação criado para provocar e levantar uma série de questionamentos nos visitantes a partir da importância sobre a preservação de nossas florestas. A proposta é romper com a ideia tradicional de um jardim, estabelecendo um diálogo com a arte e com a contemporaneidade.

Jardim Casa Minério - Foto Henrique Queiroga

Espaço de Palestras, por Betina Marques, Gabriel Passos e Túlio Manata

Entre árvores, com o paisagismo como elemento potente, e projetado em U que abraça as árvores mais densas, o espaço tem layout variável e mutável para receber palestras e lançamentos. Um lounge com mobiliário em corda náutica deixa a entrada mais convidativa e dá visadas interessantes para outras paisagens do entorno. A permeabilidade visual é obtida pela utilização de brises que, na fachada frontal são móveis e, na posterior, fixos. A estrutura metálica na cor chumbo foi projetada para não causar interferências e, ao mesmo tempo, permitir que a pegada industrial promova um contraste com o entorno. A iluminação tem balizadores no piso e trilhos no teto e ainda algumas luminárias de chão. O mobiliário recebeu tons complementares: azul fechado, verde militar, bege e preto. Para o piso foi especificado um emborrachado em material reciclado de pneu.

Espaço de Palestras - Foto Henrique Queiroga

Jardim das Dracenas - Marble Lab, por Felipe Fontes

Esse projeto de paisagismo foi pensado para ambientar o espaço da Marble Lab e criar um ambiente, que se assemelha a uma praça, com uma atmosfera tropical contemporânea. A escolha foi pela Dracena arbórea, ícone do universo tropical, para ser a única espécie vegetal e pedra como forração, ocasionando assim termos um jardim mais limpo e moderno. Um espaço de impacto, com forte presença do verde em plantas escultóricas. Exuberante, com bela volumetria, baixa necessidade hídrica e de manutenção.

Jardim das Dracenas - Foto Jomar Bragança

Marble Lab_Cozinha Experimental - Ana Bahia e Sarah James

A proposta aqui é ultrapassar o conceito de cozinha e ser um laboratório de experiências, sejam elas sensoriais ou espaciais. A fachada principal, um grande vão aberto, convida a entrar. As demais são fachadas cegas, que não revelam o que acontece ali dentro. Ainda na área externa, o mobiliário é constituído de poltronas e mesas em chapa de metal e mármore. Mas mais inusitada ainda, a chegada é pelos fundos, através de um grande corredor revestido em concreto branco. O espaço propõe várias maneiras de uso e ocupação. Aulas de culinária, jantares inusitados, palestras, reuniões ao ar livre estão no cardápio e, para fugir completamente do padrão, foram utilizados materiais e elementos inovadores, com o poder de transportar os usuários a algum lugar fora do comum. Até o design do mobiliário foge do usual, com pufes e cadeiras revestidos em feltro cinza. Entre os materiais presentes, além do feltro, o aço, a pedra sabão e o ônix que está no balcão, com torneiras escondidas e apelo hightech. A tela iluminada ao fundo é mesmo destinada a causar sensações. Quando se entra no ambiente, é este painel que puxa todos os olhares logo de cara. Sintonizado com toda a proposta, o sistema construtivo escolhido foi o Steel Frame, que pode ser facilmente transportado para outros terrenos.

Marble Lab_Cozinha Experimental  - Foto Jomar Bragança

Lazer do Jardim, por Estela Netto

Construída a partir do zero, a edificação utilizou técnica construtiva feita em treliça metálica espacial e  fechamento steel frame. O florim foi usado na fachada, permitindo um grande impacto estético. A proposta foi a de criar um espaço removível, focado no lazer e naquilo que as pessoas mais utilizam nesse sentido. Com aproximadamente 250 m2, e valendo-se dessa amplitude em um layout fluido, o espaço apresenta home cinema, espaço gourmet, adega e lounge da lareira, todo em piso cimentício, bem clean. No mobiliário, o design assinado por nomes como Jáder Almeida, Mauricio Bonfim e Tidelli reforçam a proposta contemporânea, bem como as obras de arte presentes. A automação da iluminação e sonorização foi pensada como ferramenta de conforto, mas não é o objetivo final. A ideia é que o visitante se sinta impactado e contagiado pela boa vibração da música no ambiente e, para isso, ele apresenta uma TV de 85 polegadas, da Sony. Entre os pontos altos do projeto está a marcenaria revestida no florim, presente na cozinha, dando ao espaço uma nova conotação.

Lazer do Jardim - Foto Daniel Mansus

Estúdio do Artista, por Daniel Tavares e Marcus Paschoalin

Um estúdio galeria, pensado para que o artista possa produzir e também expor seu trabalho. Utilizando de muita criatividade para sair do formal, o espaço é todo desmontável, com estrutura feita em andaimes multidirecionais e cobertura em sombrite, material fácil de instalar e também de remover. Ele foi todo pensado dentro do conceito da sustentabilidade, gerando o mínimo de lixo em sua execução. São dois vãos livres de cinco metros, cada um destinado a uma finalidade. O piso cimentício de chapas grossas é rústico e tem traços que remetem ao travertino. No primeiro vão, foi criado um estar em paleta neutra para contrapor o colorido das obras, com sofá modular e poltronas assinadas Mula Preta e proposta bem no estilo galeria de arte. No outro ambiente, o de trabalho do artista, destaca-se o armário em laca vinho fechado e a mesa com estrutura metálica e tampo em porcelanato e banquetas, em pegada industrial. Foco também no tapete, um capacho em fibra de coco e no verde do paisagismo que está por toda parte.

Estúdio do Artista - Foto - Jomar Bragança_2

Casa do Lago por Janaina Pacheco e Maurício Bonfim

Com conceito intimamente ligado à sustentabilidade, a proposta aqui é descomplicar. Desde o sistema construtivo em estrutura metálica, que permite uma obra mais limpa, praticamente sem resíduos, proporcionando grandes vãos que integram os ambientes com mais fluidez, até a opção por um fechamento frontal em panos de vidro, permitindo uma utilização mais abrangente da iluminação natural e maior ventilação.  Concreto, madeira e mármore somados aos tijolos de vidro conferem leveza e amplitude, sem abrir mão da sensação de refúgio, de lar. Materiais simples como a ardósia do banheiro ou a pedra sabão no piso do quarto do casal servem para mostrar que, com novas leituras. Com uma paleta de cores neutras que evidencia o branco, o projeto ganha ainda mais luminosidade. Unindo cozinha e estar, uma mesa em pedra natural dá ainda mais fluidez ao ambiente único. No quarto, a cama solta no ambiente inova o layout que tem banheiro integrado ao espaço e a majestosa presença da natureza com a presença de dois frondosos troncos das árvores de eucalipto: árvores nativas que permitem uma intimidade absoluta com a natureza em um ambiente tão reservado. Mimetizada ao terreno, a Casa do Lago sobrevoa o espelho d´água da fachada e o paisagismo à sua volta. Luxo puro e simples.

Casa do Lago - Foto Daniel Mansur

Casa dos Vinhos, por Silvia Carvalho

O universo das vinícolas foi a inspiração para a construção deste espaço com forte presença de elementos naturais como pedra, madeira e couro. Em tom sauvignon, o revestimento das paredes externas e internas, estabelece forte diálogo com a madeira natural presentes no forro e no deck e também com o piso orgânico em pedra. O ponto alto do projeto é a adega, totalmente automatizada, que tem capacidade de armazenar 400 garrafas e está localizada no estar.  Protegida e isolada do meio externo, a adega possui formato de cubo de vidro e possui capacidade para 400 garrafas. Os rótulos ficam suspensos por tubos de madeira. A escolha de qual vinho degustar acontece por meio de um aplicativo, onde o visitante consegue selecionar o país em que a bebida é produzida. Depois de realizar essa escolha, uma luz de led se ascende para iluminar todos os rótulos oriundos daquela região. Caso a proposta seja brindar na área externa, o deck oferece um banco que abraça toda a casa e que também serve de guarda corpo, uma mesa de madeira de tronco cerrado, uma poltrona com espaldar alto e outras menores, além de bancos espalhados que deixam tudo fluido e orgânico. Ligando o momento ao ar livre com a área interna, uma grande janela se transforma em banco, diminuindo significativamente esta fronteira. Logo abaixo dela, um rasgo serve de biblioteca, abrigando uma série de volumes sobre o assunto. Aí se situa uma deliciosa poltrona de leitura em couro natural em tom de marrom fechado, de onde se avista tanto a adega quanto o jardim.

Casa dos Vinhos - Foto Henrique Queiroga

Jardim das Xerófitas, por Wanderlan Pitangui Pereira

O conceito de carência permitiu que o diferente aflorasse com características de regiões semiáridas e desérticas. Assim, sobre a forração de areia, a composição das plantas busca reproduzir o mais próximo do que se vê na natureza: não há uma forma pré-estabelecida. Os agrupamentos se diluem aos poucos, como se a ação dos ventos, dos pássaros e de outros agentes polinizadores tivessem contribuído nessa composição. Com uma paleta de cores bem variada, cactus, aloe vera, aloe arbórea, suculentas (echevirias) e agaves fazem a festa. As xerófitas só não estão no espaço que fica sob uma amendoeira porque ali não há sol. Por isso, a opção para esse pedaço de jardim foi lançar mão de outras espécies, típicas da restiga, como é o caso do bromélis bilbergias, gênero da Mata Atlântica próxima ao litoral.

Jardim das Xerófitas - Foto Jomar Bragança

Jardim das Bromélias, por Ñana Guimarães

A inspiração vem de Burle Marx. Primeiro, porque ele era um apaixonado pela planta. Em seu sítio na região de Barra de Guaratiba (RJ), rebatizado de Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx e hoje aberto à visitação, há um acervo gigante dessa espécie. Ao todo, ele catalogou mais de 500 bromélias nativas do Brasil. Além da homenagem, Ñana se propõe a desmitificar a planta que, constantemente, têm sido vítima de informações incorretas que a colocam como vilã em tempos de surto de dengue. Ela comenta que as bromélias definitivamente não são uma ameaça para a proliferação do Aedes aegypti, já que a água que costuma ficar acumulada entre as folhas serve como reservatório de nutrientes a para a planta, e contém um suco biológico nada propício para a reprodução do inseto. Para o Jardim das Bromélias, Ñana resgatou o uso de espécies nativas brasileiras, cuja beleza exótica e sofisticação enfatizam o diferencial de seu trabalho pelas cores e também pela harmonia entre texturas e diferentes volumes.

Jardim das Bromélias - Foto Daniel Mansur

Jardim de Vasos, por Vera Valenzuela

Exuberantes vasos artesanais de ferro fundido foram dispostos de forma aleatória, formando conjuntos, para compor um dos jardins mais peculiares da área externa. Neles, a alegria das flores impatiens vermelhas rendem poesia dentro de um harmonioso diálogo entre peso e leveza. Como arremate da composição, um detalhado jardim vertical alterna orquídeas, chifres de veado, renda portuguesa e oncídios, em bordado preciso, permitindo a interação entre a natureza e a arquitetura, já que o volume serve como isolante térmico e também acústico.

Jardim de Vasos - Foto Henrique Queiroga

Espaço do Encontro, por Barbara Drummond, Carolina de Paula Melgaço

A forma octogonal do espaço abaixo do nível do chão tem, ao centro, o conforto de uma lareira a álcool e jeito de praça fora dos conformes. Revestido em madeira, ele ainda oferece um banco em seu perímetro, que acompanha todo o desenho geométrico, onde cabem cerca de 20 pessoas. Na grama ao lado, o deck de apoio brinca, com desenho no mesmo recorte de oito lados. Os móveis são todos em alumínio e corda. Destaque no deck para o amplo sofá azul, poltronas de corda, cadeiras mais robustas na cor Bordeaux e mesinhas de apoio. No mais, muitas almofadas, para se jogar, e ampliar a permanência gostosa junto à natureza.

Espaço do Encontro - Henrique Queiroga

Jardim Contemplação, por Andreia Campolina

Com a piscina de forma ameboide ao lado e a Serra do Curral ao fundo é fácil entender o nome que lhe foi atribuído. Seu desenho curvilíneo reverencia também a característica do trabalho de Oscar Niemeyer, enquanto as formas e texturas exaltam, mais uma vez, a obra de Burle Marx. Nesse jardim, há uma jabuticabeira onde é possível sentar embaixo dela e uma bananeira ornamental, pontuada por muitas bromélias porto seguro. Chama a atenção os tons de amarelo e roxo que delineiam as curvas e fazem um movimento que segue o formato da piscina. Entre volumes baixos e altos, uma mancha com forração de Asa de Barata (Hemigraphis) finaliza com o movimento permitido pela altura das Dianelas. Na sequência, maciços de bromélias porto seguro e neoreglelias vão contornando e ladeando o caminho.

Jardim Contemplação - Foto Henrique Queiroga

Bar D’O Italiano, por Lucas Lage

O bar de drinks à beira da piscina foi inspirado nos rooftops novaiorquinos. A madeira do deck, de seis centímetros de espessura, com desenho cartesiano, chama atenção pela técnica japonesa de queima Shou Sugi Ban, que ao carbonizá-la, cria uma casca resistente ao tempo. Em contraponto, a estrutura de aço da cobertura segue a organicidade da piscina. O bar, todo em madeira natural tem balcão em pedra Perla Santana retroiluminada e, sobre ele, pendem luminárias latão natural escovado que ganharam pintura dourada em estilo art déco. Multifuncional, o mobiliário é colorido, leve e fácil de transportar. Pufes são usados como mesa e como pufes mesmo. Outras mesas de formatos variados, quadradas, redondas ou ovais seguem a onda de bom humor, com destaque para a mesa com tampo de vidro de Zanini de Zanine. Na composição descontraída, cadeiras, lounge chairs e espreguiçadeiras dão ritmo ao cenário. Há ainda drinkerias na beira na piscina, montadas em carrinhos de bar, típicos de clubs novaiorquinos e com um toque bem brasileiro de material e de uso. Uma proposta ambígua de uso faz com que, de dia, a protagonista seja a piscina e, à noite, com o glamour das luzes acesas, ceda lugar para o bar.

Bar D’O Italiano - Foto Lucas Lage

Jardim do Bar, por Nagela Rigueira Aud

Bromélias, dracenas e filodendros, também alinhados ao conceito de Burle Marx, acompanham as duas jabuticabeiras e o imbé majestoso, já presentes no terreno. O verde circula o ambiente do bar, que tem área central livre. Aqui, o conceito paisagístico é mais limpo, com menos espécies e maciços em determinados cantinhos que utilizam, por exemplo, a dracena borboleta. Uma bordadura no entorno da piscina foi feita com fórmios verdes, cujas folhas em formato de lâmina têm grande apelo ornamental. A tropicalidade é ainda reforçada pela presença da cores: o roxo das bromélias imperiais e o amarelo da espécie porto seguro.

Jardim do Bar - Foto Henrique Queiroga

Área de Convivência(OCA), por Bárbara Barbi, Murad Mohamad e Jéssica Sarria Martins

Um ambiente de descompressão, de convivência e também de contemplação de um entorno único que tem como moldura a Serra do Curral. A peça principal, um elemento arquitetônico com ares de intervenção artística, de estrutura metálica vazada na cor do aço corten, foi formatado em curva áurea e posicionado estrategicamente. Um extenso banco em madeira muiracatiara acompanha o movimento em caracol que tem, ao centro, uma escultura feita com pedaços de troncos de madeira e trançados de cestas. A peça, instalada sobre um deck com a mesma madeira do banco, comunga o espaço com duas outras áreas, delimitadas pelo mobiliário, entre sofás, chaises e mesas baixas de diferentes alturas com tampo de mármore tricolor, em branco, vermelho e verde. Na saída do deck, um corredor com painel de madeira ripada flutua sobre ele e tem, em frente, uma parede de espelhos, espaço onde estão presentes dois balanços.

Área de Convivência(OCA)  - Foto Gustavo Xavier

Armazém Origem Minas, por Cynthia Silva

Esqueça os armazéns convencionais. Aqui, a proposta é de um armazém boutique, que apresenta de forma peculiar, uma vitrine com uma seleção com o que há de melhor em Minas, para explorar experiências sensoriais, com destaque para o paladar e o ofalto. As curvas da arquitetura interna, com teto abaulado, lembram porões, lugares propícios para a cura da cachaça. O diferente é que, em vez da penumbra desses ambientes, é tudo bem claro. No piso branco, pensado como elemento da arquitetura mineira, foi utilizado refugo de pedras naturais, aqui, trabalhadas à mão, de forma bem artesanal, levantando a questão da sustentabilidade e reforçando o conceito e a história de cada produtor e o cuidado por trás da produção de cada item exposto. Nas paredes, também brancas, a textura lembra um reboco rústico. O mobiliário, desenhado pela arquiteta, tem o em freijó como elemento principal, entre mesas de canto de parede, bancadas de exposição e guarda-estoque em forma orgânica, suportes de madeira para queijos, prateleiras e um grande balcão de venda e exposição dos produtos. A iluminação embutida na maior parte do espaço conta ainda com o charme de os pendentes sobre o balcão. O projeto conta com a parceria do Sebrae-MG, idealizador do projeto Origem Minas que apresenta uma seleção de produtos do agronegócio regional para o espaço.

Área de Convivência(OCA)  - Foto Gustavo Xavier

Banheiros Públicos, por Valéria Junqueira

A primeira ideia foi convidar o artista Alexandre Mancini, azulejista discípulo de Athos Bulcão, que realizou inúmeros trabalhos marcantes na arquitetura de Niemeyer. Ele fez para os ambientes o painel da parede que se avista da porta, uma homenagem ao modernismo brasileiro. O piso é em porcelanato cimentício e as outras paredes receberam textura cimento: além de valorizar o trabalho de Mancini, elas exibem telas de James Kudo, um brasileiro que viu parte de sua cidade, Novo Oriente, ser alagada pela hidrelétrica Três Irmãos.  Kudo trabalha em seus desenhos a memória desse lugar, que vem se transformando, ao longo da história: de floresta em cidade e de cidade em lago. A pedra sabão,  elemento muito  utilizado em Minas, foi usada nas bancadas que apoiam o design arrojado das cubas de Jader Almeida para a Deca. O designer também assina os bancos do ambiente. Ainda em evidência o espelho assinado por Ronald Sasson. A iluminação foi feita em trilhos no estilo industrial, com o detalhe dos spots em amarelo. Por falar em cor, ela chega como elemento surpresa, dentro das cabines, que têm fundo em laranja.

Banheiro Público - Foto Jomar Bragança

Mels Brushes, por Atamar Lorrani, Filipe Castro e Francisco Mascarenhas - Studio Mineral

O projeto parte da ideia dos elementos essenciais da arquitetura contemporânea: os naturais e os artificiais, para criar uma dualidade. Colocados em cheque, o natural rústico e o artificial perfeito, apesar de parecerem distantes, convivem muito bem. São dois ambientes: a sala de exposição e um destinado ao caixa da loja. No primeiro, estão presentes uma ilha central em cobogó iluminado e uma generosa estante em chapa metálica dobrada, além de prateleiras espalhadas pelo ambiente em mesmo material. Na parte do caixa são duas bancadas: uma de exposição e outra destinada à atendente do caixa, ambas com o topo em corian e laterais em cobogó, uma iluminada e outra com armário.

Mels Brushes - Foto Henrique Queiroga

Mirante Backer, por Angelo Coelho e Cristina Morethson

O nome “mirante” já diz tudo. O espaço é quase um observatório que avista a Serra do Curral e o entorno do Palácio das Mangabeiras. Inspirado por tantas belezas, o projeto utilizou materiais oriundos da terra, como pedras naturais e madeira em diversas versões, hora aparelhada, hora bruta. O Mirante Backer foi concebido em quatro ambientes que se completam: o lounge, com sofás, laleiras e ombrelones; o terraço descoberto, composto por mesas de madeira e cadeiras em corda naval; o bar propriamente dito, para cervejas, drinks e petiscos, com balcão de atendimento em pedra quartzito translúcida com iluminação embutida em led; e, finalmente o espaço composto por mesas bistrô e mesa de banquete com 6m de comprimento, em tora de madeira guarantã denominada “cascata”. Toda a iluminação do ambiente foi pensada com objetivo do aconchego e sustentabilidade. A estrutura da cobertura é em madeira laminada colada e em vidro habitat refletivo, que reduz o calor em 70% e bloqueia 99% dos raios UV, diminuindo também o ruído. Como elemento afetivo, as luminárias pendentes em madeira no formato de flores.

Mirante Backer - Fotos Petro?nio Amaral

Pavilhão Niemeyer, por André Prado

O Pavilhão Niemeyer faz uma releitura da forma expressiva de um dos edifícios mais famosos do patrono da arquitetura brasileira e cria uma inversão da implantação do edifício da Praça da Liberdade, transformando os vazios das bordas da quadra em volumes e deixando vazio o volume cheio do edifício. Assim, a forma do Edifício Niemeyer, que normalmente é reconhecida de fora para dentro, passa a ser vista como espaço, de dentro para fora, como se ele tivesse sido virado do avesso. A utilização da mesma sequência de lâminas horizontais do edifício e a transformação da forma da sua laje de cobertura em uma abertura no teto reforça a relação entre o edifício e o pavilhão.  Forma vira Espaço. O Pavilhão propõe uma reflexão sobre o contraste entre o construído e o vazio na cidade, mostrando como os espaços vazios são tão importantes para a vida urbana como os edifícios.

Pavilhão Niemeyer - Foto Thiago Guarah

Jardim Burle Marx, por Nãna Guimarães

A paisagista procurou inspiração nos trabalhos do mestre, sempre marcados por um diálogo com a arquitetura modernista da época, contrastando curvas e linhas retas, dureza e simplicidade. Assim, esse espaço busca se integrar com a arquitetura do Palácio, valendo-se de espécies nativas brasileiras para enfatizar a tropicalidade, que, segundo Ñana, nos aproxima das nossas raízes. As formas orgânicas utilizam de vegetações com distintas tonalidades, texturas e volumes e, ao mesmo tempo em que se harmoniza com a construção, busca quebrar a rigidez do concreto de sua estrutura.

Jardim Burle Marx - Foto Daniel Mansur

Café, por Rodrigo Aguiar

O espaço do café é, antes de tudo, um ponto de encontro, de convivência e, ao mesmo tempo, de contemplação do entorno. Para a área externa, o balcão e um banco de 9m de comprimento, foi usado o porcelanato Pulpis, de 1m x 1m, bastante versátil. O mobiliário tem detalhamento das cadeiras assinadas pelo arquiteto em forma orgânica e revestimento em tecido impermeável em tom de cinza com detalhe em grafite. O espaço ganhou toldo motorizado e ombrelones, tudo azul marinho. Internamente, o revestimento do pavilhão é em porcelanato grafite em relevo, que, com iluminação cria efeito tridimensional, tanto na parte externa quanto interna, dando efeito de caixa. A cor aparece de forma mais vibrante na parede com painel pintado pelo artista Thiago Mazza, com folhagens que remetem a Burle Marx e também na parede instagramável com a frase VOCÊ É A SUA CASA, em neon, junto a um jardim vertical. Durante a mostra, o café está sendo operado pela

Café - Foto - Daniel Mansur

Salão Nobre, por Gustavo Penna, Laura Penna e Tina Barbosa

Um espaço nobre que se vale de elementos impactantes para reforçar essa ideia de nobreza, fugindo de uma solução óbvia que seria a de apresentar apenas peças decorativas. O primeiro desses elementos de impacto é um tapete orgânico em cor sólida, o verde, que abraça os pilares e vai se derretendo no meio do espaço, como um convite a quem está entrando. A tela que cobre a fachada que dá para o poente e ganha potência no teto impressiona sem conflitar: controlando a luz natural, ela se impõe no lugar da cortina e serve ainda para outras funções, embutindo a iluminação e também as caixas de som. Lembra o muxarabi, trazido para o Brasil pelos portugueses e muito usado no Brasil Colonial, que aqui ganha linguagem contemporânea. Em respeito ao piso original em peroba, todas as peças de parede foram atirantadas. É o caso do espelho gigante que rebate o espaço e trás o verde da área externa, que, assim, também participa da cena de forma mais efetiva. Uma única obra de arte foi eleita para o projeto. Presente na também única parede cega, ela vai de parede a parede, do teto ao chão e, além de levar cor para o espaço, faz referência sutil aos grandes painéis da época modernista. Trata-se de um trabalho feito exclusivamente para o lugar a que se destina, assinado pelo mineiro Fernando Luchesi. A cadeira que se assemelha a uma escada, desenho do arquiteto Gustavo Pena é uma licença poética em meio ao mobiliário, que utiliza somente dois modelos da Vitra, que se repetem em layout solto.

Sala?o Nobre - Foto Henrique Queiroga

Sala de Música, por Igor Zanon

Minimalista e funcional, a sala foi idealizada para que aqui a música seja apreciada em sua forma mais pura. Para isso, o espaço valoriza a simplicidade e a atmosfera humanizada. Com essência escandinava no uso de materiais secos, o projeto se vale de peças de design assinado e obras de arte de peso, com curadoria precisa. Tudo serve para apurar os sentidos: até o aroma, que proporciona uma experiência única e reconfortante. Detalhe para o tapete, que remete às teclas do piano.

Salão Nobre e Sala de Jantar - Foto Jomar Bragança

Espaço CAPE – Evaldo Rios

Situado próximo à entrada de acesso à mostra, o pequeno espaço funciona como um estande a céu aberto, com cobertura feita por dois ombrelones pretos que setorizam os usos: de um lado, destinado a uma ação social e, do outro, servir como lojinha da CASACOR Minas. Na composição, um só tablado em ecobloc, que à noite tem contorno da base toda iluminada e parece estar solto do chão e painel em mesmo materiail que o acompanha fechando a parte posterior. Nele, de forma localizada, um outro painel, de menor dimensão, na pedra amarantita retroiluminada foi aplicado de um lado e, do outro, está a logo do Cad. Os dois espaços foram separados por bancos secos, que também fazem o fechamento das laterais externas.

Espaço CAPE - Foto Jomar Bragança

Sala da Lareira, por Carol Horta e Júlia Belisário

Não poderia ser diferente: para um espaço tão nobre, os gigantes do design brasileiro marcam presença em grande estilo e mostram que o sofisticado pode ser muito aconchegante, mas pode estar longe de afetação. Pelo contrário. Ele está na beleza da mesa pétala, de Jorge Zalzupin, autor também do instigante banco onda em frente ao claro e amplo sofá em linhas orgânicas. Está na pequena poltrona em madeira e estofada também, de Zanine Caldas, na gostosa Tonico, de Sérgio Rodrigues – acompanhada de duas mesinhas Maria Sem Vergonha, da Etel – e, ao fundo, na eterna poltrona alta, pufe e mesa lateral, tudo assinado por Niemeyer. O toque contemporâneo fica por conta da cadeira cabrita, de Osvaldo Tenório e da iluminação, o recorte de um círculo que se desloca em diagonal no teto. Aqui, tudo conversa com tudo, inclusive as obras de arte, de Gabriela Machado, Isaura Pena e os banquinhos, que são instalações de Zé Bento.

Sala da Lareira - Foto - Jomar Bragança

Gabinete, por Bárbara Nobre e Norah Fernandes

Um banho de cultura e classe em uma fina mistura de elementos que vão do barroco mineiro ao design de época, da presença marcante da arte à originalidade dos adornos. O painel ao fundo e lateral é em peroba, madeira também do singular banco lateral, de Porfírio Valadares. Ainda na composição do estar, destaque para o sofá verde Knoll. Para o governador, mesa Charles Eames e a curiosa disposição das poltronas Vitra, em couro, que seguem a tradição turca. Na prateleira de aço e vidro, livros originais e adornos.

Sala da Lareira - Foto - Jomar Bragança

Lavabo, Andrea Pinto Coelho

O ponto de partida concentra-se na peça principal do hall: uma cômoda bombê francesa de estilo clássico, com marchetaria frontal e tampo em mármore verde claro. Imponente e sofisticada, é a prova de que um móvel assim cabe em qualquer lugar. Aqui, ela ganha o vigor da parede em verde profundo e do tapete em verde e vermelho e é acompanhada por cadeira também em estilo francês e um espelho com moldura dourada entalhada. Foram mantidos os pisos e alisares originais. O hall serve de antessala para os dois lavabos, um masculino e outro feminino, com bancada revestida em ecogranito, parede em tecido, metais em dourado mate e um pequeno deck.

Sala da Lareira - Foto - Jomar Bragança

Bar do Cinema, por Letícia Gontijo Longuinho

Brincando com o conceito formal de um bar e aproximando-o de seus usuários, o bar do cinema deslocou a bancada para o centro do ambiente, deixando livre circulação de todos os lados. O mesmo foi feito com o painel de exposição de bebidas que está ao alcance de qualquer pessoa e não somente do mixologista, que estará presente, criando novas receitas de drinks. A bancada foi revestida em ecogranito e o painel, feito em MDF cortem, com vidro nas prateleiras. Um lounge com pufes e mesinhas de apoio foi, pautado em design de linhas leves, complementam o ambiente, que tem papel de parede aconchegante texturizado em rosa seco e piso em parquet de peroba, da Terratile.

Bar do Cinema - Foto Petrônio Gontijo

Sala de Projeção, Mario Caetano

É como se a tela do smartphone, onde o mundo está ao alcance da mão nas mais variadas imagens, fosse ampliada para dar a sensação de imersão no que isso representa. Relacionado a um momento histórico do planeta em que tudo ao mesmo tempo agora está sempre a um palmo do nariz, o ambiente escuro, com cortinas e piso escuro e vergalhão no teto e na parede, maximiza essa sensação. Nesse espaço, vários vídeos mostram, simultaneamente, cenas urbanas, que podem ser vistas da forma como o espectador escolher: em pé ou sentado nos pufes redondos em monocromia. Eles foram dispostos de forma aleatória nos patamares orgânicos, setorizados pela faixa vermelha escuro do patamar central. A forma esférica também está no formato das caixas de som espalhadas no ambiente e na iluminação, que tem cacho de bolas dependurado no teto.

Sala de Projec?a?o - Mario Caetano - Foto Natasha Pimentel

Cozinha Leroy Merlin, por Felipe Soares

Os elementos da tradicional cozinha mineira estão todos lá: o fogão à lenha, os armários abertos, típicos de armazém de interior, o tijolo rústico, as frutas e os legumes à mostra. O layout mais limpo, entretanto, faz toda a diferença. Nessa releitura, uma ilha central em T abriga o fogão à lenha, a cuba e a mesa em um mesmo volume, com epóxi revestido em resina em vermelho fechado, que lembra o familiar vermelhão do cimento queimado das cozinhas de fazenda. Em linhas bem simples, feito em pinus, o armário organiza e é super prático. A iluminação embutida e a circulação, revestida em ladrilho hidráulico branco reforçam o aspecto clean. Uma jaboticabeira, comum em quintais mineiros, reaparece plantada em vaso. As obras de arte escolhidas para o projeto são interferências sutis que reforçam o sotaque do estado, porém em contexto contemporâneo, como é o caso dos trabalhos de Mabe Bethônico e Flávia Bertinato presentes do ambiente. Também faz parte desta proposta mostrar que é possível executar qualquer projeto com o que a Leroy Merlin oferece em suas lojas. Muito além de produtos industrializados, há uma gama de itens artesanais que podem dar uma dose de rusticidade a qualquer ambiente, como é o caso desta cozinha. Com exceção da cadeira e das obras de arte, tudo faz parte do mix de produtos da Leroy Merlin.

Cozinha Leroy Merlin - Foto Jomar Bragança

Louçaria, por Filipe Pederneiras e Katarina Polatscheck

Utilizando de um conceito que se aplica tanto a projetos residenciais quanto comerciais, a louçaria foi pensada como um espaço expositivo para peças de ceramistas mineiros. Distribuídas irregularmente sobre o fechamento branco, cavidades amarelas cumprem o papel de armazenamento e exposição, além de conferirem uma linguagem quase arquitetônica à obra. A iluminação, vinda apenas dos nichos, cria um ambiente cênico, destacando as peças de cerâmica. O piso é em ladrilho hidráulico sextavado, da TerraTile e o projeto de iluminação assinado por Gabriel Pederneiras. Peças dos ceramistas Alissa Rezende, do Ateliê da Vila e Máximo Soalheiro e obras do artista libanês Camille Kachani, cedidas pela galeria Murilo Castro.

Louçaria - Foto Henrique Queiroga

Escritório do Chef, por Carolina Campos e Maria Clara  

Um escritório com pegada mais masculina, pensado para receber clientes e realizar pequenas reuniões. Idealizado para oferecer aconchego, ele destaca elementos marcantes, que passam um pouco a personalidade de quem o comanda. Na paleta de cor, predominam o verde, o violeta, a madeira e o preto, mas outras cores também se apresentam. Parede e teto ganharam um verde suave. Já o chão recebe uma composição de tapetes. Além da mesa com duas cadeiras para os interlocutores, foi criado um pequeno espaço bem confortável e original, com cadeira de design assinado. A originalidade também é reforçada pelos cabideiros que pendem do teto, das estruturas de vidro, do piso ao teto presas na estante, que setorizam o ambiente e das cortinas em alfaiataria na cor violeta.

Escritório do Chef - Foto Petrônio Gontijo

Na.Copa, por Fernanda Basques e Renata Basques

Quantas histórias já foram contadas na copa do Palácio, lugar que é retaguarda de grandes eventos, encontros e recepções? O projeto foi criado a partir daí, dos bastidores de uma copa nas casas mineiras e o desafio foi atualizar o espaço, para receber outros usos, além de ser meramente funcional, com o aconchego de luz e texturas que transformem o ambiente em local de convivência e encontros. Assim, ele abusou de cores, texturas e cuidados para transformar um ambiente técnico e funcional em um ambiente social. Nos detalhes, os bordados, as receitas, o carinho, o cuidado. E como Minas têm muitas tramas, do barroco, do rococó e art déco e tem também madeira entalhada em formas, cores e acabamentos requintados, que despertam admiração em quem vê, o espaço foi pensado em várias texturas, num conjunto sem hierarquia, apresentando à madeira laqueada, o piso laminado, a madeira bruta e o rendilhado de MDF cru com desenho autoral das arquitetas, cortado a laser. As portas foram emolduradas em placas de gesso acartonado, com resultado clássico e limpo e as paredes, revestidas em piso laminado e também em rodapé, pintado com tinha coral verde. Também se destaca a bancada e revestimento de parede em mármore branco Paraná, um mármore carrara nacional, o trabalho da artista Isis Gasparini.

Na Copa - Foto - Gustavo Xavier

Circulação dos Quartos, por Aline Castro e Natália Leite

Passar por aqui é como se permitir um respiro entre um ambiente e outro. Disposto em duas etapas, a primeira parte tem corredor com paredes brancas e boisseries e uma grande tela que ora anuncia, ora suaviza a expectativa do visitante, que se depara com um espelho que reflete a perspectiva da etapa seguinte e destaca a imensa obra ao fundo, em preto e branco, de Rodrigo Tonani, em acrílica e carvão sobre tela, trazendo uma ideia de movimento. Na sequência, mais paredes brancas com boisseries, de um lado, onde está a tela toda branca em massa acrílica e esmalte sobre tela, também de Rodrigo Tonani e, na extensão do lado oposto e do teto, um painel ripado no dourado faz link com o guarda-corpo original da casa. É nele que se localiza a bancada de mármore branco cintilante toda iluminada e a arandela que dá movimento ao espaço, quebrando a rigidez das linhas retas da bancada.

Circulação dos Quartos. Foto - Henrique Queiroga

Estar da Kazza, por Erika Steckelberg, Graziela Costa e Kívia Costa

Leveza, fluidez e a presença marcante do design mineiro e brasileiro em uma composição harmoniosa permitindo que todos os ambientes – estar, jantar, lareira e TV – conversem. A base neutra das paredes dá ainda mais destaque a essa proposta e o painel em carvalho é elemento em contraponto a Serra do Curral que, dali, pode ser amplamente admirada. A persiana em sofisticado franjão de seda, que perfaz toda a extensão da varanda, colabora para não obstruir a paisagem. O tapete, desenho das arquitetas, também tem o objetivo de unificar todo o espaço. O jantar foi colocado estrategicamente em relação à janela, com mesa de seis lugares, cadeiras assinadas por Aristeu Pires e pendente de destaque. Dispostos em conjunto, grandes vasos de barro dão o toque de mineiridade, bem como a tela de Inimá de Paula que dá sensação de estar solta no espaço. O imenso sofá cinza claro do estar também foi desenhado pelas arquitetas e tem mesa de centro assinada por Jáder Almeida e, sobre ela, escultura de José Bento. No mesmo ambiente, o impacto da poltrona ferrugem Underconstruction, de Pedro Franco. Na lareira e TV, o clima intimista é reforçado por três confortáveis poltronas. Criando uma noção de ambiente à parte e comungando do charme do bom design presente no todo, a poltrona em madeira e palhinha e pufe de Gustavo Bittencourt e o grande espelho circular unem o moderno ao contemporâneo e vira ponto de convergência do olhar. Na iluminação, pontos focais discretos.

Estar da Kazza - Foto - Jomar Bragança

Suíte do Governador, por Flávia Roscoe

A suíte do governador foi pensada para criar uma ambientação que estimula tanto o descanso, quanto o exercício de olhar para dentro. Sobressaem os tons sóbrios ante o leve dourado das paredes em mobiliário marcado por clássicos eternizados. Na saleta, a clássica bérgere muda de ares com a releitura de Sérgio Rodrigues e no quarto, destaque para o conforto e para elementos como o biombo em madeira e o painel em palha, desenho da arquiteta. No banheiro, destaque para o design da pia e os metais, de Jader Almeida.

Suíte do Governador - Foto Jomar Bragança

Quarto Semente, por Mira Mundim, Renata Paranhos e Sheila Mundim

Uma energia boa vem dos tons claros, da madeira, dos detalhes e do carinho que tudo permeia. A começar pelo berço ovalado, disposto para ter acesso por todos os lados. Em madeira e palhinha, ele tem reposteiro com barrado em seda pura, além de um delicado cortinado bordado. Reafirmando-o como destaque principal, o painel ripado no teto demarca a área de uma parede à outra, mesma proposta da passadeira persa. O canto com poltrona, carrinho de chá e inusitados pendentes é puro charme.

Quarto Semente - Foto  Jomar Bragança

Suíte Mírim, por Juliana Couri, Maria Gabriela Nogueira e Natacha Nacif

Uma criativa cama suspensa usa cordas como guarda corpo e também para uma possível descida em rapel. Para subir, o acesso pode se valer da parede de escalada ou ainda a escada de marinheiro. Aqui é o descanso do “guerreiro mirim”, que tem fácil alcance a um espaço de relaxamento, logo abaixo, de onde pode assistir TV ou jogar videogame, e a área de descompressão, um nostálgico balanço de pneu. O painel preto que sai detrás da TV e também está presente na área de estudo junto ao closet, pode ser usado para extravasar a criatividade com desenhos ou escritos do usuário. Ele está conjugado à bancada e prateleiras iluminadas, com fundo em papel camurça, além da cadeira com pegada high tech, da Beatriz Maranhão. A descontração geral é reforçada pelo papel de parede predominante no espaço do quarto, com fundo amarelo e estampa de letras grafite em paleta que inclui o cinza e o preto. No banheiro, o conforto da madeira no teto, parede e bancada aproxima o jardim vertical, dentro do conceito de biofilia. Destaque aí para o inusitado pendente com seis tubos amarelos.

Suíte Mirim - Foto Jomar Bragança

Suíte dos Convidados, por Rodrigo Castro e Rodrigo Maakaroun

A característica da hospitalidade mineira foi trabalhada neste projeto dentro de um conceito de elegância e suavidade, trazendo-a para a atualidade. Ele busca, ainda, conversar com a ideia de que o cômodo faz parte da arquitetura do palácio, o que é impossível de ser descontextualizado. A fluidez do layout tem a ver com o tempo presente, de mutação: muda-se muito mais facilmente de apartamento, de cidade, de país do que em outros tempos. Por isso, a utilização de móveis híbridos, fáceis de carregar. Os principais, cama e armário, foram desenhados a quatro mãos, pelos arquitetos e pela Franccino. A cama tem linhas suaves, cabeceira mais orgânica e uma leveza implícita no desenho limpo e no material, o couro em off White, além do contraste da madeira escura nos pés. O armário, em madeira, é híbrido: serve de arara e apoio para que o usuário se organize. Nele, há um espelho acoplado e uma mesinha, com uma caixa de joias de época. A luminária, da Templuz, é toda em ferro, com detalhes em pedra sabão e coluna de vidro e cúpula que pode ser ajustada para cima ou para baixo. A poltrona tem tecido em trama, toda branco off White também.  Destaque para o luxo sem pretensão, da roupa de cama em linho amassado e seda, de Arthur Matos, juntamente com a manta de origem quilombola e a almofada Versace, mostrando que nenhuma peça é menos luxuosa que a outra. Na prateleira inferior do cabideiro, outro detalhe sensível: a presença de algumas roupas de grifes brasileiras que tem em seu histórico o trabalho escravo e, pisando sobre elas, um sapato vegano: hipocrisia à toda prova.

Suíte dos Convidados - Foto Henrique Queiroga

Sala de Leitura, por Erika Viana

Visualmente, o espaço já enche os olhos de quem o visita instantaneamente, pela composição e disposição do mobiliário que o torna bastante acolhedor e também pelo inusitado conjunto de obras de arte. Soma-se às boas sensações uma paleta de cores muito bem articulada, pontuada pelas poltronas em veludo mostarda que se destacam em ambiente neutro. A leveza das linhas da estante de ferro e vidro tem contraponto no imponente buffet em laca preta e folhas de ouro. Também chama a atenção a luminária Orbital com design de Pietro Ferrucio Laviani para a Foscarini, da A. de Arte, com caráter escultórico e as obras de arte de Arthur Luiz Piza, em materiais como arame, zinco e madeira, da Murilo Castro Galeria de Arte. Poltrona e estante da Michellini Martins, Buffet, acervo pessoal, além de outras obras de arte da Murilo Castro.

Sala de Leitura - Foto Jomar Bragança_1

Salão Nobre e Sala de Jantar, por Pedro Lázaro

Traços da nossa cultura contemporânea em tempos globais dialogam com a tradição e a cultura contidas no Palácio das Mangabeiras. A sala é pensada como sala de jantar, porém atualizada. Uma pequena área de finalização dos pratos – que não é uma cozinha gourmet e, sim, um elemento arquitetônico marmorizado contendo um cooktop e uma cuba de apoio, abriga também o louceiro da família. Além da mesa de jantar, um estar com bar/adega e uma área externa para as noites de verão dão caráter multifuncional a tamanho requinte original. O patrimônio original foi tratado com todo o respeito que lhe é adequado. Os elementos originais foram preservados e restaurados em sua totalidade. Paredes revestidas em pinho de Riga, um lindo piso em tacos de peroba, as belas aberturas com paisagens emocionantes e o forro em três planos diferentes. Destaque para a luminária-instalação, uma parceria da multiartista Rita Lessa e A. de Arte. Com o objetivo de enfatizar o valor de tais elementos, um biombo de vidro all clear reveste as paredes de pinho de Riga, com aspecto simbólico do sagrado e intocável. A preservação e sua necessidade de conscientização como patrimônio coletivo.

Solário da Serra, por Flávia Freitas

O charme desse gazebo está nos detalhes. A placa cimentícia que, na plataforma da entrada aparece em tom natural, no piso interno ganhou pigmento no tom madeira, proporcionando um aconchego visual, também proporcionado pela iluminação cenográfica, feita por colunas dispostas lateralmente. Um cobogó em tom de cimento, com mais de 3m de altura faz o fechamento entre os pórticos em aço cortem e com o impacto de um rendado. O mobiliário foi disposto sobre tapete indiano clarinho e se wharmoniza com a natureza, usando madeira e Off-White no estofado, contraponto para o sofá e poltronas. A escultura é de Amílcar de Castro e, entre os adornos, vasos, cerâmicas e lanternas, para arrematar, um espelho d’água com acabamento lateral em ecografite e três lareiras automatizadas finalizam o cenário.

Solário da Serra - Foto Petrônio Gontijo

Jardim Sala de Música, por Uriel Rosa

Em uma composição rica que utiliza imbés, filodendros e fícus lirata, o paisagismo aqui utilizou jardineiras revestidas em grandes e belos vasos vietnamitas.

Sala de Música - Fotos Henrique Queiroga

Jardim do Restaurante, por Erly Hopper

Se na entrada do restaurante a proposta é mais árida, com duas jardineiras ladeando o espaço, com o jasmim manga em grande densidade, para comungar com a mesma pegada africana do restaurante, no jardim, Burle Marx foi mais uma vez homenageado. Nele, foram utilizadas bromélias em tons variados em cinco colunas.

Jardim do Restaurante - Foto Daniel Mansur

Restaurante Malê, por Flávio Bahia e Will Lobato

Com uma pegada africana presente da concepção aos detalhes, o restaurante utiliza madeira escura nas paredes e tetos e rolôs na cor café. No piso, a cerâmica lembra o aço corten e se integra à paleta que vai dos tons terrosos ao cobre. Além das mesas de madeira preta – em vários formatos, redondas, quadradas e retangulares – acompanhadas de cadeiras estofadas em linhão, algumas com plotagem de figuras africanas na parte detrás do encosto, foi pensado um contraponto com mesas comunitárias em madeira bruta e as singulares cadeiras de Fernando Rodrigues dos Santos, da Ilha do Ferro (Alagoas), usadas de forma pontual. O contemporâneo está na estrutura, na marcenaria, na iluminação limpa e bem focada e nas obras de arte presentes no espaço. O pequeno lounge na entrada ainda mescla o estilo inglês, com sofá chesterfield em tom café, móveis da década de 40 e mesa trabalhada na ráfia, de Elisa Atheniense. Destaque para o jardim, também de inspiração africana, disposto nas laterais.

Restaurante Male? - CASACOR Minas - Fla?vio Bahia e Will Lobato - Foto Daniel Mansur

Banheiro do Restaurante, por Malluh Amorim

Com um design diferenciado e soluções inovadoras, os banheiros do restaurante foram planejados para atender adequadamente a grande demanda do público. Há detalhes curiosos, criativos e até provocativos. Há uma conexão entre a escolha das cores escuras e os materiais que apresentam maior resistência à umidade, maior durabilidade e sustentabilidade de uso, para que o visitante tenha a sensação de que, ao entrar no banheiro, entrou em uma atmosfera cenográfica. A tendência “Urban Jungle” está presente no jardim tropical integrado aos lavatórios e coluna, delimitando e humanizando o ambiente. No quesito sustentabilidade a atenção foi dada utilizando louças e metais com controle de fluxo de descarga e da água nas torneiras e o led na iluminação. O Ecogranito, a película de ACM3D e o piso também são produtos remanejados, que reforçam a consciência ambiental. A logo das cabines foi inspirada na neutralidade de gênero e utilizouo pictograma desenhado pelo designer Oliver Munday: o símbolo da igualdade (=). No mobiliário, poltronas Raviolo designer Ron Arad, com desenho futurístico, mesa lateral Elefante, da Vitra. O desenho da estrutura metálica ornamentando e complementando os lavatórios de coluna da DECA e espelhos bronze foram feitos pela arquiteta.

Banheiro do Restaurante - Foto Jomar Bragança

 

 

CASACOR Minas Gerais

Datas: De 03 de setembro a 13 de outubro

Local: Palácio das Mangabeiras(Rua Mário Costa Tourinho, s/n - Mangabeiras - BH/MG)

Ingressos: R$60 inteira e R$30 - meia /Passaporte(visitas ilimitadas): R$180,00

Vendas na bilheteria ou pelo site: https://www.ingresso.casacor.com/

Horários de funcionamento:

De terça a sexta, das 15h às 22h
Sábados: das 12h às 22h
Domingos e feriados: das 12h às 19h

SITE: www.casacor.com

FACEBOOK: www.facebook.com/casacorminas

INSTAGRAM: @casacorminas

 

 

 

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