A luz que move
Onde: • 13 de Maio - 2025 | Fotos Gisele RampazzoComo a temperatura da iluminação pode influenciar nosso comportamento

Durante a passagem de Lady Gaga pelo Brasil, um vídeo viralizou ao mostrar a reação de pessoas nas janelas de um prédio: enquanto algumas dançavam animadamente sob uma luz amarela, outras pareciam estáticas sob luz azulada. A cena levantou uma pergunta curiosa: será que a cor da luz influencia mesmo o comportamento humano?
A resposta está nos estudos sobre temperatura de cor. Luzes com tonalidade amarela ou alaranjada (em torno de 2700K a 3000K), conhecidas como luzes quentes, estão associadas a sensações de conforto, relaxamento e acolhimento. Por isso, são comuns em salas de estar, quartos e ambientes que convidam à convivência. Já as luzes frias, azuladas ou brancas (acima de 4000K), remetem à atenção, foco e concentração, sendo amplamente utilizadas em escritórios, cozinhas ou hospitais.
Embora o comportamento humano seja influenciado por diversos fatores — contexto, música, estímulo externo — a iluminação contribui para a nossa disposição emocional e física. Ambientes iluminados com luz quente tendem a estimular a proximidade, o movimento e até a espontaneidade. Já ambientes com luz fria criam uma atmosfera mais técnica, introspectiva e, muitas vezes, inibidora do gesto corporal mais expansivo.
A cena do vídeo, mesmo espontânea, acaba ilustrando o que a neurociência da iluminação já aponta: a luz afeta o humor, o ritmo biológico e a forma como nos conectamos com o ambiente e com os outros.
Mais do que estética, a iluminação é uma ferramenta poderosa na arquitetura e no design de interiores — capaz de transformar a energia de um espaço e moldar comportamentos.
Projeto: RMV Interiores (@rmvinteriores)