Como a arquitetura reforça o conceito de marcas gastronômicas
Onde: • 30 de Setembro - 2025 |Cores, formas e materiais ajudam a traduzir a identidade de restaurantes e confeitarias, criando experiências únicas para o cliente.
O ambiente de um restaurante, bar ou confeitaria não é apenas um cenário: ele compõe a experiência, reforça o conceito da marca e ajuda a construir uma identidade única. Cores, formatos e materiais são escolhidos para provocar sensações que dialogam diretamente com o cardápio. Tons vibrantes podem despertar energia e apetite, enquanto superfícies delicadas e texturas manuais remetem ao cuidado artesanal. O mobiliário, a iluminação e até a forma de dividir o espaço se tornam extensões da proposta gastronômica.
Mais do que estética, trata-se de coerência: um espaço de alta confeitaria pede refinamento e delicadeza, enquanto um bar autoral pode explorar contrastes e materiais brutos. Em todos os casos, arquitetura e gastronomia precisam caminhar juntas, criando uma narrativa que vai além do prato e transforma a visita em uma experiência memorável.
Na Alemanha, a Sugarbar mostra como traduzir esse conceito em sua primeira concept store. Projetada pelo escritório Neowe (Ankara, Turquia), a confeitaria ganhou um interior que é quase uma extensão de seus doces artesanais. Pastéis suaves, detalhes em latão e mobiliário sob medida transformam cores e formas de bolos, sobremesas e cupcakes em armários, prateleiras e balcões. O resultado é uma identidade espacial imersiva, onde cada detalhe remete ao universo da marca.
As divisórias feitas sob medida funcionam como elementos de organização e, ao mesmo tempo, como suportes para comunicar o espírito artesanal da Sugarbar. Curvas suaves, texturas em camadas e expositores iluminados conferem um toque lúdico ao espaço, equilibrando sofisticação e leveza. O layout aberto integra setores de embalagem, mostruários de café e confeitaria, áreas de preparo e mesas para clientes, permitindo um fluxo contínuo e convidativo.
A iluminação natural interage com superfícies reflexivas e detalhes metálicos, criando um jogo de luz e sombra ao longo do dia. À noite, camadas de luz artificial ressaltam texturas e peças de mobiliário escultural, mantendo a atmosfera vibrante. Já a fachada discreta guarda surpresas: quem olha de fora enxerga apenas fragmentos do interior, sendo convidado a entrar e descobrir a narrativa completa.
Ao unir referências nostálgicas a uma linguagem contemporânea, o projeto transforma o espaço em uma galeria viva — onde cada canto desperta curiosidade, reforça a identidade da marca e amplia o prazer de degustar.