Na arquitetura de interiores, poucas decisões são tão determinantes quanto traduzir a identidade do cliente em forma, luz, função e materialidade. É nesse ponto que a arquiteta Rafaela Bender, que integra a nova edição do Casa Sul Especial Arquitetos e Designers, construiu sua marca ao longo de mais de oito anos de atuação: projetos que não seguem um estilo fixo, mas que revelam quem mora, trabalha ou convive no espaço.

A abordagem do escritório parte da compreensão de que a casa não é um cenário — é uma continuidade da pessoa que a habita. Por isso, Rafaela prioriza um olhar atento para o comportamento, para a rotina e para a relação que o cliente estabelece com cada ambiente. Essa leitura se desdobra em escolhas que vão muito além da estética: envolve fluxos, ergonomia, sensações e detalhes capazes de sustentar o bem-estar no dia a dia.

Para ela, projetar é interpretar. É entender como alguém se move, como organiza o tempo, como enxerga conforto, como lida com luz, com silêncio, com convivência ou recolhimento. É a partir dessa percepção que cada projeto ganha forma — sempre com precisão técnica, mas guiado pela autenticidade do cliente. “Meu trabalho começa com escuta e termina quando o cliente sente que é exatamente o que imaginava”, explica Rafaela. A frase, mais do que um método, sintetiza uma prática que transforma expectativa em espaço vivido.

Nos projetos do escritório, a personalidade aparece nos materiais, nas proporções, na integração dos ambientes e na maneira como o mobiliário estrutura a vida cotidiana. Não há fórmulas prontas: há sínteses. Há a busca por soluções que respeitam hábitos, valorizam individualidades e constroem uma sensação de pertencimento. O resultado é uma arquitetura que acompanha o morador e se adapta às mudanças naturais do tempo — sólida, funcional e afetiva na medida certa.

Para Rafaela Bender, projetar não é impor um estilo. É revelar identidades.

Apoio: Masotti Curitiba